Parte da doação da Alemanha de 200 milhões de euros, aproximadamente R$ 1 bilhão de reais, vai ser utilizada para ajudar o povo Yanomami, que vive em Roraima e está morrendo de fome e de doenças como a malária. O dinheiro foi doado ao governo brasileiro para projetos de conservação de florestas e contenção de mudanças climáticas, no período de 100 dias. A estimativa é que pelo menos 30 mil indígenas vivam na região de fronteira com a Venezuela.
O anúncio foi feito pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao lado da ministra da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schulze, em Brasília (DF). Pelo menos 99 crianças Yanomami morreram, na região de Roraima, por causa do o avanço do garimpo ilegal, de acordo com dados oficiais.
O Ministério da Justiça informou que crianças com menos de 4 anos perderam a vida por desnutrição, pneumonia e diarreia. Outra 570 morreram por contaminação por mercúrio. Lamentavelmente, 11.530 indígenas Yanomami sofreram ainda por causa da malária.
Ações Parceiras
Marina Silva ressaltou que os recursos do Fundo Amazônia vão ser deslocados para ações emergenciais em distintos níveis.
O objetivo é atender à saúde do povo Yanomami e combater a fome, além de garantir mais segurança para etnia.
Participam destes trabalhos a Secretaria Executiva, Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), Secretaria de Vigilância em Saude (SVS), Secretaria de Atenção Especializada (SAES).
Também integram os grupos especialistas da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Ministério da Defesa, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal de Roraima.
Há, ainda, a participação de integrantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), lideranças indígenas do Conselho Distrital Yanomami (CONDISI) e da Hutukara Associação.
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Durante a coletiva, a ministra alemã anunciou a liberação de cerca de 200 milhões de euros a serem empenhados em ações ambientais no Brasil num período de 100 dias.
De acordo com as ministras, o aporte total de recursos inclui 35 milhões de euros para o Fundo Amazônia e 31 milhões para apoio a estados da Amazônia na implementação do que o governo alemão se refere como “ações ambiciosas” para maior proteção da floresta.
Fim do garimpo ilegal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi aplaudido esta semana pela delegação oficial da Alemanha, em visita ao Brasil, após prometer retirar garimpeiros de terras Yanomami.
“Vamos parar com a brincadeira, não vai ter mais garimpo. Pode escrever, o governo brasileiro vai acabar com garimpo em qualquer terra indígena”, declarou o presidente em coletiva de imprensa ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, após reunião no Palácio do Planalto.
“Vamos tomar todas as atitudes para retirar garimpeiros e vamos cuidar dos ianomâmis”, seguiu o presidente.
De acordo com Lula, não haverá autorização para pesquisa em qualquer área indígena. “O Brasil vai voltar a ser um país sério e respeitado”, afirmou o presidente brasileiro
Com informações da Agência Brasil