Como a gente fica feliz com notícia boa assim! Uma faxineira moradora da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, conseguiu passar em uma universidade pública, depois de vencer vários obstáculos, e vai cursar Pedagogia!
A Conceição Correia da Silva, carinhosamente conhecida como Ceyça, tem 51 anos, seis filhos e uma vida nada fácil, como todas as pessoas moradores da comunidade, que fica na Zona Oeste do Rio.
Ceyça faz faxina “ou que aparecer para fazer”, como disse em entrevista ao Só Notícia Boa. Trabalho digno e honesto para sustentar seus filhos, manter a casa e focar no seu sonho antigo, de se formar.
Teve que trancar várias vezes
Essa brasileira guerreira foi aprovada para o curso que ela queria – Pedagogia – em uma das principais universidades públicas do país.
Ela perdeu as contas de quantas vezes trancou os estudos porque precisava trabalhar. Em uma delas, foi por causa da separação do marido. Ceyça ficou deprimida e precisou parar tudo.
Desistir? Jamais!
Da comunidade onde vivem 36 mil moradores – com um dos índices de qualidade de vida mais críticos do país – Ceyca descobriu como brilhar e ter motivos para sorrir.
Lá, onde funciona a ONG Nóiz, ela encontrou o apoio e estrutura que precisava para continuar estudando. Ceyça se inscreveu no pré-vestibular social do projeto e em 2019 voltou a estudar.
De novo, mais uma vez, precisou parar e voltou em 2021, mas infelizmente não foi aprovada. Desistir? Jamais!! Em 2022, Ceyça sentiu que era o ano, se empenhou ainda mais, e foi aprovada na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) para Pedagogia.
“Ninguém faz ideia do que é a luta dessas pessoas. Só quem convive sabe”, disse ao SNB André Melo, presidente da ONG, emocionado com a grande conquista da Ceyça.
Leia mais notícia boa
- Marina Silva de Manaus é uma nova mulher! 2 anos longe das drogas, voltou a estudar e a sorrir
- Estudante de GO conquista bolsa de R$ 1,3 milhão para estudar nos EUA
- Com livros que a mãe encontrava no lixo, estudante é aprovada em medicina
Desafios
André Melo, da ONG, acompanha de perto o desafio das mulheres que enfrentam um cotidiano pesado.
“Elas entram no sábado 8h e saem 18h. Descobrimos que algumas não almoçavam porque não tinham comida em casa para levar. Hoje elas fazem três refeições, fruto de alguns apoios que lutamos para conseguir”, revelou.
Ceyça ainda encontrou força para fazer o curso de tecnologia básica que a ONG promove, o CONECTANDO. “Preciso estar preparada, são plataformas de estudo que precisarei acessar”, afirmou.
Uma futura Pedagoga que, de fato, entende onde o poder da educação pode levar.
Um viva para a Ceyça!