Cientistas do Reino Unido estão testando um hormônio natural que promete ajudar pessoas que perderam a libido, a terem desejo sexual novamente. A condição atinge milhares de pessoas no mundo todo.
As primeiras observações dos testes indicam que o hormônio natural kisspeptina consegue elevar o nível de desejo sexual das pessoas, principalmente mulheres.
Parte dos resultados da pesquisa foi publicada na revista científica Jama Network Open.
Homens e mulheres
Cientistas fazem experiências com 64 pessoas heteressexuais para verificar os efeitos do hormônio no organismo e na mente. Os testes são divididos em grupos de 32 homens e 32 mulheres.
Estes voluntários eram pessoas que se sentiam incomodadas com o próprio nível de desejo sexual, considerado por elas próprias como baixo.
Como funciona
Os cientistas chamam essa condição, de baixo desejo, pela sigla TDSH (Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo), que se caracteriza por baixo desejo sexual que é angustiante para o próprio indivíduo.
Kisspeptina é um hormônio natural que estimula a liberação de outros hormônios reprodutivos dentro do corpo.
A equipe do Imperial College de Londres, no Reino Unido, percebeu que em homens com desejo sexual típico – ou “normal” – a kisspeptina aumenta as respostas aos estímulos sexuais e reforça as vias cerebrais da atração, independentemente de outros hormônios reprodutivos, como a testosterona.
Agora, eles investigam os efeitos em mulheres e homens com baixo desejo sexual pela primeira vez.
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Busca pela cura
Ainda não é possível falar em cura para as pessoas que têm baixo ou nenhum desejo sexual. É necessário avançar nos estudos para apontar alternativas e possibilidades.
Nas pesquisas em curso com o grupo com baixo desejo e no outro, considerado “normal”, os pacientes foram submetidos a uma varredura do cérebro usando ressonância magnética, bem como testes de sangue e comportamentais.
A administração de kisspeptina melhorou o processamento cerebral sexual nas mulheres e nos homens, resultando em efeitos positivos no comportamento sexual em comparação com o placebo.
“Coletivamente, os resultados sugerem que a kisspeptina pode oferecer um tratamento seguro e muito necessário para o TDSH que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e esperamos levar isso adiante em futuros estudos maiores e em outros grupos de pacientes,” disse Waljit Dhillo, do grupo de pesquisa.
Os estudos com um público maior são necessários tanto para confirmar os resultados, quanto para avaliar eventuais efeitos colaterais do tratamento.
Com informações do Diário da Saúde