Uma vovó de 95 anos faz amigurumi – prática japonesa de criar bonecos – para levar carinho e acolhimento a outras pessoas e também superar a dor da perda do marido e do filho. Aspasia de Aráujo d’Avila viu os filhos e netos crescerem no Rio de Janeiro, mas há três anos perdeu o marido e, logo em seguida, o filho para o câncer.
Foi aí que ela resolveu dar a virada na vida, aos 92 anos. “Perdi o grande amor da minha vida”, disse dona Aspásia sobre a morte do marido Alziro. Dois anos depois, perdeu o filho mais velho. “Nunca imaginei enterrar um filho. Não é a lei natural da vida.”
Mas o trabalho que vem fazendo e o retorno que recebe das pessoas do mundo inteiro fazem a vovó seguir firme: “Sou muito feliz por chegar aos 95 anos com saúde e disposição para viver tudo isso! E agradeço a cada um que me manda tantas e tantas mensagens de carinho”, escreveu.
Carinho
Amigurumi é a arte japonesa que remete aos tempos dos samurais quando caminhavam pelas ruas. Eles usavam esta técnica porque eram especialistas em tricô, habilidade considerada essencial.
De acordo com a técnica japonesa, os amigurumi devem ser criados a partir de objetos animados, como animais, sobre objetos não-animados, como mesas e cadeiras. Muito parecido com Origami, os chineses faziam barcos e chapéus enquanto os japoneses se concentravam em pássaros e sapos.
O começo
Primeiro, fazia amigurimi como hobby, mas quando a neta criou um Instagram para divulgar os bonecos, o sucesso veio imediatamente. Ela vendeu mais de 700 de uma só vez!
Pra a tarefa, Aspasia conta com apoio de uma das filhas e de uma neta para todo o processo de montagem dos bonecos e gestão de encomendas e prazos. Ela é a responsável pelo crochê.
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Amigurimi
É um artesanato típico do Japão feito a partir do crochê, que em japonês é “ami” e, em português tricô, e nuigurumi, bonecos de malha e pelúcia.
Curiosa, Aspasia começou a pesquisar tutoriais pela internet e com o tempo aperfeiçoou a prática. Foi fazendo cada vez mais bonecos, e uma das netas conseguiu a primeira cliente.
A experiência levou à vovô a uma outra vivência: pela primeira vez na vida, ganhou dinheiro com trabalho, pois nunca havia recebido salário nem remuneração.
Apaixonada por artesanato, fez pintura, peças em tricô e crochê, sempre para presentear. “Era só um hobby mesmo. Fazia porque gostava, não por necessidade.”
Os preços dos bichinhos variam bastante e podem ser verificados no Instagram da vovó, com cerca de 5 mil seguidores. Lá também estão os sorrisos de quem recebe um amigurumi.
Veja:
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Com informações da Sapo.