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Mães pretas criam escolas pelo fim da discriminação de crianças negras
17 de fevereiro de 2023
- Renata Dias
Mães pretas criaram as escolas para que os filhos não sofressem mais discriminação. - Foto: reprodução
Mães pretas criaram as escolas para que os filhos não sofressem mais discriminação. - Foto: reprodução

Cansadas de tudo que presenciam, mães pretas se uniram e criaram escolas especiais onde crianças negras são respeitadas, estimuladas e reconheçam seus valores e talentos, sem preconceitos!

O Black Mothers Forum (Fórum das Mães Pretas) foi lançado em 2016 por Wood, um ativista de Phoenix cujo filho foi considerado uma “criança problema” pelos professores, até ser aceito no programa de superdotados de sua escola primária em que se destacou academicamente.

A organização sem fins lucrativos se define como responsável por buscar  “quebrar o ciclo da escola para a prisão” para crianças negras por meio da educação, desenvolvimento econômico e justiça social, de acordo com seu site.

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Depois da iniciativa, crianças que se sentem discriminadas no colégio por serem o que são passaram a ter amparo e apoio em um ambiente escolar. Tudo começou com um garoto inquieto com dificuldades de se adaptar à sala de aula e uma pré-adolescente preta criticada pelas trancinhas no cabelo.

Atitude contra o preconceito

Diante desta e de tantas outras histórias, o  grupo de mães criou um esquema de pequenas escolas para esses alunos. E as histórias de novas crianças que se adaptaram não pararam mais de chegar.

Christina Foster buscou apoio do movimento, criado no Arizona, nos Estados Unidos, quando numa tarde foi pegar a filha na escola e ouviu um conselho da professora nada adequada para a adolescente de 12 anos.

“’Recomendo que você não faça tranças no cabelo de sua filha porque ela vira e brinca com ele na aula. É muito perturbador'”, disse Foster, uma mãe de Phoenix, Arizona, nos Estados Unidos.

Incomodada, Foster descobriu outras situações semelhantes e resolveu reagir. “[Minha filha]  sempre vai ter que lidar com micro e macro agressões”, disse. “Mas se houver uma oportunidade de diminuir essa experiência, eu gostaria de aproveitá-la.”

Os relatos

Janelle Wood, a fundadora do movimento, reúne relatos bem fortes.

“Uma mãe negra cuja professora da filha a repreendeu na aula, disse a ela para sair do Zoom, apenas para que a polícia batesse em sua porta e acusasse a menina de vadiagem”, diz ela. “E um diretor expulsou um menino negro de 5 anos por (desobediência), descrevendo-o como um ‘monstro grande e forte’.”

Segundo Wood, o garoto foi diagnosticado com altas habilidades e desenvolveu bastante em outro ambiente escolar. “Se interrompermos o fluxo da escola para a prisão, as crianças receberão a educação que merecem.”

Desta forma o princípio se sustenta que a escola tem de ser um ambiente acolhedor e de estímulo para a criança e o adolescente. Pensando nisso o Fórum das Mães Pretas, nos Estados Unidos, testa um novo sistema de ensino em cinco microescolas públicas no Arizona.

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Ambientes personalizados

Os  ambientes de aprendizado são personalizados e independentes que atendem de cinco a 10 alunos com modelos de aprendizado baseados em projetos ou combinados em que as crianças podem acompanhar e dominar seu próprio aprendizado.

As cinco escolas administradas pelo Fórum de Mães Negras não cobram mensalidades e são mantidas por uma combinação de dinheiro do contribuinte, bolsas e doações.

As microescolas do Black Mothers Forum atendem um total de 42 alunos do jardim de infância ao 9º ano nas áreas de Tempe e South Phoenix. As turmas são pequenas – a proporção aluno-professor de um professor para cada cinco alunos.

Sem distinção

De acordo com a direção da organização,  estudantes de todas as etnias são bem-vindos. A fundadora do Black Mothers Forum, Janelle Wood, diz que a escola é aberta para professores, monitores e estudantes que têm os mesmos princípios que norteiam a organização.

O objetivo se fundamenta em um ambiente escolar de aprendizado seguros, solidário e desafiador.

O projeto leva amparo para pais e alunos discriminados. - Foto: reprodução
O projeto leva amparo para pais e alunos discriminados. – Foto: reprodução

Com informações do US Today

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