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Ultrassom intracraniano pode tratar depressão e tremores
18 de fevereiro de 2023
- Renata Dias
O ultrassom intracraniano está em testes e é uma cirurgia cerebral que dispensa incisão - Foto: Anemone123 / Pixabay
O ultrassom intracraniano está em testes e é uma cirurgia cerebral que dispensa incisão - Foto: Anemone123 / Pixabay

O ultrassom intracraniano pode ser a esperança para pessoas com depressão e tremores. Cientistas norte-americanos descobriram que as aplicações desse ultrassom podem melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes.

No procedimento, conhecido como ultrassom focalizado, produz ondas sonoras em áreas específicas do cérebro para interromper circuitos cerebrais defeituosos que causam depressão e tremores.

O ultrassom intracraniano é na verdade uma cirurgia cerebral, que dispensa incisão. “O ultrassom focalizado é uma tecnologia terapêutica não invasiva”, disse Neal Kassell, fundador e presidente da Focused Ultrasound Foundation.

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Detalhes

Por enquanto a possibilidade está em fase de testes, nos Estados Unidos, com apoio da Focused Ultrasound Foundation.

Kassell descreve a incisão como o uso de uma lupa que lança feixes de luz em um ponto e abre uma esfera em uma folha de papel.

“Com o ultrassom focado, em vez de usar uma lente óptica para focalizar feixes de luz”, acrescentou. “Uma lente acústica é usada para focalizar vários feixes de energia ultrassônica em alvos profundos no corpo com alto grau de precisão e exatidão, poupando o tecido normal adjacente.”

Efeitos

O cientista explicou que o procedimento testado em pessoas com diagnóstico de tremores essenciais gera efeitos bastante positivos.

O tremor essencial geralmente é mais proeminente em um lado do corpo e pode piorar com o movimento. É mais comum em pessoas acima de 40 anos e afeta quase 25 milhões no mundo, segundo dados recentes.

Brenda Hric, de 80 anos, testou a experimento na Universidade da Virgínia, instituição pioneira no procedimento.

Segundo a idosa, os tremores reduziram e agora sente-se mais confortável. Foram 44 segundos de ondas de ultrassom focadas livraram-se de seu tremor.

“Olhei para minha mão e pude ver que ela não estava se movendo, e foi a primeira vez que consegui ver meus dedos em cerca de 20 anos”, disse Hric. “Acho que é definitivamente um milagre e agradeço ao Senhor por isso.”

Testes

Para testar o experimento, o paciente é submetido, antes, a exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada para que os médicos possam usar as imagens resultantes para mapear a estrutura do cérebro e o alvo.

O Insightec Exablate Neuro, uma plataforma de ultrassom focado, instrui quantos feixes devem ser usados para fazer o tratamento.

A partir daí, como define o médico cirurgião  Jeff Elias são lançados “tiros de teste, apenas para ter certeza de que estamos focados no centro do alvo.”

Elias, um neurocirurgião da UVA Health que tratou Hric, participa dos testes desde o começo. Em 2011, ele liderou os ensaios clínicos críticos para obter a aprovação regulatória desse procedimento nos Estados Unidos.

Segundo o médico, quatro doses de tratamento de 11 segundos melhoraram significativamente o tremor de Hric. Todo o procedimento durou menos de duas horas, com a maior parte mapeando o cérebro e testando o alvo.

O ultrassom focalizado produz ondas sonoras em áreas específicas do cérebro para interromper circuitos cerebrais defeituosos que causam depressão e tremores - Foto: reprodução FUF
O ultrassom focalizado produz ondas sonoras em áreas específicas do cérebro para interromper circuitos cerebrais defeituosos que causam depressão e tremores – Foto: reprodução FFOrg

Com informações FFOrg

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