O poeta gaúcho Mario Quintana diz que o “tempo é uma questão de ponto de vista dos relógios”. E o vovô Nick Axten, de 76 anos, realmente levou isso a sério: demorou 50 anos para concluir o doutorado. Questionado sobre o porquê de um período tão longo, o ele foi categórico:
“Precisava pensar muito e refletir”, afirmou.
Assim, sorridente, e sem dever nada a ninguém Nick Axten seguiu sem pressa sua pesquisa em sociologia matemática na Universidade de Bristol, nos Estados Unidos.
“Adorei ser estudante novamente na Universidade de Bristol. Todos os outros alunos de pós-graduação em filosofia tinham cerca de 23 anos, mas me aceitaram como um deles.”
Nick Axten começou em 1970, ano em que recebeu a cobiçada bolsa Fulbright na Universidade de Pittsburgh. Mas depois de cinco anos, ele voltou para o Reino Unido com o doutorado inacabado.
Estudante
O supervisor da Universidade de Bristol, Samir Okasha, é só elogios ao estudante. “Nick foi um aluno incrivelmente entusiasmado, enérgico e comprometido durante seu tempo aqui”, disse. “É fantástico vê-lo se formar meio século depois de iniciar seu doutorado original.”
Empolgado, Nick Axten reagiu: “Fazer um doutorado é um trabalho árduo, mas tem sido brilhante”.
Justificativa
“O que eu estava tentando fazer no início dos anos 1970 era excepcionalmente difícil”, disse Axten. “Alguns problemas são tão grandes que leva a maior parte de uma vida inteira para que você consiga resolvê-los.”
Nick Axten reiniciou as pesquisas do doutorado em Bristol há 7 anos com o objetivo de terminar um Masters in the Arts, antes de seguir para um Ph.D. em Filosofia, terminando em 2022 aos 75 anos.
A pesquisa do Dr. Axten, que ele espera publicar, baseia-se nas ideias nas quais ele estava trabalhando nos Estados Unidos há cinco décadas.
É uma nova teoria para entender o comportamento humano com base nos valores que cada pessoa possui. Axten diz que tem o potencial de mudar nossa visão da psicologia comportamental.
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Festa
Nick Axten recebeu o título de doutor diante da mulher Claire e da neta Freya, de 11 anos. Até este momento, ele seguiu a vida: casou, teve 2 filhos, quatro netos, morou no Reino Unido e criou o programa de ensino escolar Oxford Primary Science.
Em 1967, quando ele começou sua graduação em Leeds, no Reino Unido, os homens usavam cabelos compridos e as mulheres usavam minissaias. Fumar dentro dos prédios da universidade era a norma e os computadores pessoais ainda eram ficção científica.
“Ainda era o poder das flores e havia uma sensação revolucionária. Era a época da Guerra do Vietnã, Paris, Praga e protestos estudantis”, relembrou. “A sociologia e a psicologia de repente foram assuntos em alta. Fui estudá-los porque queria entender as pessoas.”
Com informações do Bristol e Good News Network