Não só um, mas dois! Médicos conseguiram salvar dois pacientes com câncer avançado de pulmão aplicando a nova técnica de transplante duplo de pulmão. Os pacientes tinham a doença no estágio 4, momento que as opções de tratamento são bem limitadas, mas o transplante deu certo e os dois agora estão respirando livres!
O caso foi tratado pela Northwestern Medicina, um sistema de saúde sem fins lucrativos filiado à Universidade de Northwestern, em Chicago (EUA).
Tannaz Ameli, enfermeira aposentada de Minneapolis e Albert Khoury, de Chicago, estavam desacreditados quando receberam diagnósticos devastadores de câncer de pulmão. Mas o destino quis que a história fosse completamente transformada! Estão curados e agora contam a história feliz.
Desacreditado
Albert tinha 54 anos em 2020, quando recebeu a terrível notícia. Ao sentir dores nas costas e calafrios, o homem procurou a Northwestern Medicine, acreditando que poderia estar infectado pela Covid-19.
O homem foi diagnosticado com câncer de pulmão em estágio 1, mas a doença avançou e logo ele estava no estágio 4. Foi nesse momento que Albert recebeu os conselhos dos médicos para aproveitar os últimos momentos perto de pessoas que lhe trariam conforto.
“Eu tinha algumas semanas de vida”, disse o homem em um vídeo divulgado pelo próprio hospital.
A irmã de Albert pediu para que o homem procurasse o Northwestern, conhecido por realizar transplantes duplos de pulmão. Albert foi internado no hospital e, à medida que seu caso evoluiu, os médicos começaram a considerar o raro procedimento de transplante duplo.
Procedimento contém riscos
O procedimento é considerado normalmente para pessoas onde o câncer de pulmão ainda não tenha se espalhado. Isso acontece porque ao realizar a cirurgia, os médicos transplantam pulmão de cada vez, e é nesse momento que o câncer pode se espalhar de um pulmão para o resto do corpo.
Albert passou por uma série de exames que constataram que o homem era elegível para o procedimento. A cirurgia aconteceu em 2021 e durou próximo de 7 horas.
“Os cirurgiões tiveram que ser extremamente meticulosos para não deixar trilhões de células cancerígenas dos velhos pulmões se espalharem para a cavidade torácica de Albert”, disse o hospital à comunidade para a imprensa.
Os receptores de transplante de pulmão precisam tomar vários medicamentos para enfraquecer o sistema imunológico, isso reduz a possibilidade do corpo rejeitar o novo órgão, mas diminui a capacidade de combater infecções.
São 18 meses desde a cirurgia de Albert e até agora o homem não teve nenhuma complicação. Que notícia incrível!
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Nova vida
O caso de Albert é semelhante ao de Tannaz Ameli. A enfermeira foi diagnosticada com câncer de pulmão em estágio 4 em janeiro de 2022.
“Não havia esperança para minha vida naquele momento. Eles me deram três meses”, disse a enfermeira. Assim como Albert, Tannaz procurou o Northwestern Medicina e foi elegível para o transplante.
A enfermeira não acreditou que o procedimento poderia livrá-la do câncer. “Estou sonhando, sentada aqui? Isso pode acontecer? E aconteceu”, comemorou.
Tannaz também não teve nenhuma complicação e agora a enfermeira tem uma nova perspectiva de vida!
Alternativa
O transplante de pulmão duplo para câncer são raros porque as equipes médicas temem que o câncer possa voltar.
“Normalmente, o que acontece em um procedimento de transplante de pulmão duplo é que retiramos um pulmão, colocamos o novo, depois retiramos o segundo pulmão e colocamos o segundo pulmão, explicou Ankit Bhara, chefe de cirurgia torácica do Northwestern.
A preocupação mora na retirada do primeiro pulmão, o pulmão que sobra pode contaminar a corrente sanguínea com células cancerígenas. A abordagem da equipe de Ankit se diferencia porque os médicos fazem um desvio completo do coração e do pulmão.
“Essencialmente, o que isso significa é que não deixamos nenhum sangue passar pelo coração e pelos pulmões e contornamos tudo isso”, disse o doutor.
Com informações de CNN.