É possível retardar a menopausa! Cientistas norte-americanos descobriram que um remédio usado contra o câncer pode reverter a idade dos ovários.
A sirolimus, ou rapamicina, é uma pílula semanal que suprime o sistema imunológico, utilizada para tratar o câncer e prevenir a rejeição de órgãos após transplantes ou cirurgia de stent cardíaco. É reconhecida como um geroprotetor, uma droga que pode retardar ou reverter o envelhecimento.
“Esta droga tem como alvo a biologia fundamental do envelhecimento estendendo assim a saúde e o tempo de vida em modelos animais”, disse Yousin Suh, professor de genética da Universidade de Columbia.
Aumento expectativa de vida
As primeiras pesquisas, feitas em camundongos, mostram que o uso da droga apresenta resultados iniciais positivos e capazes de estender potencialmente o período fértil feminino.
No estudo, publicado na revista GeroScience, os cientistas mostram que a rapamicina aumentou a expectativa de vida de camundongos machos e fêmeas em mais de 90%.
Longevidade dos ovários
Segundo os cientistas, em pouco tempo será possível adotar a medicação para adiar a menopausa: “A longo prazo poderá ajudar as mulheres a viverem mais e com mais saúde.”
Yousin Suh e o pesquisador da Universidade de Columbia, Zev Williams, comandam a pesquisa denominada “Validating Benefits of Rapamycin for Reproductive Aging Treatment (VIBRANT)” ou, em português “Validando os Benefícios da Rapamicina para o Tratamento do Envelhecimento Reprodutivo”.
Eles testam a medicação para ter certeza de que ela poderá ter as mesmas propriedades de longevidade nos ovários de uma mulher.
Testes em mulheres
Os participantes do estudo são mulheres que tentaram e não conseguiram engravidar, naturalmente ou por meio de procedimentos de fertilidade, como a fertilização in vitro.
“Estamos interessados no envelhecimento reprodutivo nas mulheres, ou seja, no envelhecimento ovariano, porque o ovário é o primeiro órgão a envelhecer no corpo humano”, disse Yousin Suh.
Esse processo de envelhecimento é abrupto, disse Yousin Suh, porque quando uma mulher está na casa dos trinta, seus ovários passam a reduzir de tamanho, sendo que o envelhecimento se acumula com a menopausa, que, em média, começa aos 51 anos nos Estados Unidos.
“Temos muito pouca percepção de por que os ovários envelhecem tão rápido em comparação com outros órgãos”, disse Yousin Suh.
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Resultados Preliminares
A pesquisa ainda está na fase inicial mas, se bem-sucedida, pode ser um divisor de águas para as mulheres.
De acordo com o Centro Nacional de Estatísticas dos Estados Unidos, a maioria das mulheres tem em média de 1,3 bebês. De 2015 a 2019, apenas 56,7% das mulheres tiveram filhos antes dos 49 anos.
Muitas optam por congelar os óvulos, o que ocorreu de forma mais intensa durante a pandemia de Covid-19.
O objetivo da rapamicina é preservar o maior número possível de óvulos saudáveis. Ao contrário do congelamento de óvulos, que envolve superprodução de óvulos para armazená-los fora do corpo para mais tarde, a droga funciona para manter esses óvulos dentro do corpo.
Isso permitiria que os ovários funcionassem mais como os mais jovens e saudáveis. Os ovários saudáveis controlam a liberação dos óvulos com uma enzima chamada mTOR, ou o alvo da rapamicina nos mamíferos.
Ter filhos mais tarde
Regular a liberação de óvulos pode retardar com segurança o envelhecimento reprodutivo, prolongando a quantidade de tempo que uma mulher é fértil. Isso significa que ela poderia ter filhos mais tarde e atrasar o início da menopausa.
As pesquisas continuam e os pesquisadores querem ter certeza se isso poderá ser a chave para retardar o envelhecimento ovariano.
Com informações do Daily Mail