Vestidos de príncipes, princesas e sereias, bebês de detentas do Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC), em Cariacica (ES), ganharam um ensaio fotográfico fofo, que está emocionando nas redes sociais porque, privadas de liberdade essas crianças cresceriam sem registro da infância delas.
Ao ver as imagens dos bebês nos cenários cuidadosamente preparados, o público é convidado a refletir sobre a maternidade em contextos de encarceramento e a compreender a importância do apoio e da reinserção social dessas mulheres após o cumprimento de suas penas.
“O projeto é muito importante para nós, pois estamos privadas de liberdade e não teríamos como registrar esse momento. Será uma recordação dessa fase da vida para nossos bebês. As fotos ficaram lindas. São fotos profissionais, dignas de príncipes e princesas”, disse Jessica, mãe da bebê Helena Roberta.
A ideia
A iniciativa de registrar ensaio newborn com filhos de detentas começou em 2019 e ganhou o nome de “Da gestação para a Vida”. Para o Centro Prisional Feminino de Cariacica, esta é uma forma de registrar e humanizar os primeiros meses de vida de bebês e dessas mães.
Para realizar o ensaio, foi feita uma parceria entre a Secretaria de Justiça do Espírito Santo e a fotógrafa Luana Andrioli, que transformou os recém-nascidos que ocupam o alojamento materno infantil na unidade prisional em lindos modelos por um dia.
Luana, que é especialista em fotos de recém-nascidos, fez o trabalho totalmente voluntário.
Da gestação para a vida
O registro é uma forma de promover a humanização do sistema prisional e oferecer às mães detentas a oportunidade de vivenciarem a maternidade com amor, carinho e respeito.
Segundo a diretora do Centro Prisional Feminino de Cariacica, Graciele Sonegheti Fraga, atualmente o alojamento materno abriga quatro detentas que tiveram filhos recentemente, todos com menos de 45 dias de vida.
“O objetivo é fazer com que as crianças tenham uma memória desta fase da vida. É uma forma de minimizar o dano provocado pela condição de prisão das mães”, disse Graciele.
Para a produção das fotografias, a unidade prisional disponibilizou diversos cenários, com roupinhas, mantas, brinquedos e tapetes, tudo para que o registro fique especial, como em um estúdio fotográfico de verdade.
Presente especial
As mães que são detentas ficaram surpresas e felizes com a iniciativa. Jessica Raiany, uma das internas, aprovou o projeto e não escondeu a gratidão.
Os bebês das detentas terão o ensaio fotográfico por toda a vida.
Cada participante do projeto receberá um CD contendo as fotos digitalizadas como uma forma de lembrança do momento.
Incentivo para outras instituições
Graciele e Luana acreditam muito na importância de respeitar os direitos e a dignidade das detentas e desses bebês.
Para elas, o projeto “Da gestação para a vida” pode inspirar outras unidades prisionais pelo Brasil a também oferecerem às mães um registro de uma fase tão importante da vida delas e das crianças.
Além disso, as fotografias também têm um papel significativo na sensibilização da sociedade em relação à realidade dessas mulheres.
Para a fotógrafa Luana Andrioli, participar do trabalho voluntário é um ato de amor. “Fico muito feliz por colaborar com o projeto. Cada vez que vou até o presídio para fotografar os bebês, saio diferente. É sempre um aprendizado”, declarou.
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Alojamento materno infantil
O artigo 5º da Constituição Federal garante em seu inciso L que “às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação”.
No caso do Centro Prisional Feminino de Cariacica, as internas permanecem no alojamento materno infantil em companhia dos filhos pelo período mínimo de seis meses, conforme determinado pela Lei de Execução Penal (LEP).
Após esse período, a guarda provisória das crianças é concedida a um familiar da interna, com a deliberação do Poder Judiciário.
Agora, olha essa fofura de ensaio:
Com informações de SEJUS-ES.