Consumir 500 miligramas de própolis por dia pode beneficiar pessoas com o vírus HIV, que causa Aids. A afirmação é de cientistas do Instituto de Biociências de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp), e foi publicada na revista científica Biomedicine & Pharmacoteraphy.
O envelhecimento precoce, causado pela inflamação crônica e a constante ativação do sistema imunológico, estão entre os principais problemas enfrentados por quem convive com o vírus no organismo.
“Própolis pode ser uma alternativa para melhorar a resposta imune e reduzir a inflamação nos pacientes assintomáticos. A infecção pelo HIV induz intensa desregulação do sistema imunológico, gerando perda da função celular e inflamação crônica”, explicou a biomédica Fernanda Lopes Conte.
Benefícios
O produto, feito pelas abelhas, além de melhorar a imunidade, também ajuda a reduzir radicais livres, melhorando a qualidade de vida e prolongando a sobrevivência dos pacientes.
A bióloga Karen Ingrid Tasca, pesquisadora no projeto, explicou que as atuais terapias garantem uma excelente expectativa de vida para pessoas com HIV, mas a questão do envelhecimento é ainda um desafio.
“O estresse oxidativo causado pelo vírus e pelos próprios antirretrovirais possui grande impacto nesses pacientes”, disse.
Para desacelerar esse processo, pesquisadores do mundo todo buscam alternativas que melhorem a qualidade de vida e a sobrevida desses pacientes.
“Entre os diversos produtos naturais existentes, a própolis, que é uma resina, possui esse potencial, pois apresenta propriedades antioxidantes, antiviral e anti-flamatórias”, disse Karen.
Além de reduzir o estresse oxidativo, os pesquisadores também conseguiram resultados que demonstram outros benefícios da resina feita pelas abelhas.
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Pioneirismo
Apesar das pesquisas apontarem benefícios do própolis para saúde, a população infectada pelo HIV não era incluída nesses estudos.
“Havia achados in vitro que mostravam o potencial de inibição da carga de replicação do vírus por alguns componentes na própolis”, afirmou Karen.
Para a pesquisadora, a pesquisa da Unesp foi pioneira em incluir esse grupo específico no projeto.
“No momento em que delineamos nosso estudo não havia na literatura dados sobre os efeitos da própolis em pessoas infectadas pelo vírus da Aids”, ponderou Karen
Resultados da pesquisa
Para comprovar rigorosamente o estudo, o grupo fez o acompanhamento de hábitos de saúde de 40 participantes, 20 que receberam própolis e 20 que receberam placebo, durante 90 dias.
No grupo que recebeu a resina, os pesquisadores identificaram o aumento de magnésio, um elemento que ajuda o organismo a se manter em equilíbrio.
Agora o desafio, após descobrir que a própolis pode beneficiar pessoas com HIV, os cientistas querem a adoção do própolis da resina como intervenção efetiva para pacientes com algum tipo de comorbidades ou que apresentem falhas terapêuticas.
A pesquisa, feita por Ana Claudia de Moura Moreira Alves, bolsista de Iniciação Científica, foi financia com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo.
Própolis
Como já dizia a vovó, próprios ajuda a combater doenças respiratórias, como gripes, resfriados e dor de garganta. Tem várias propriedades, como anti-inflamatória, antibacteriana, antiviral e antifúngica.
Também atua como cicatrizante, anestésico e estimulante do sistema imunológico.
Com informações de Agência Fapesp.