O caso de racismo contra Vini Jr. fez a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) punir o Valencia. Além de multa, o Clube será penalizado com a restrição de público nos jogos.
A multa fixada é equivalente a R$ 240 mil reais e o Clube foi sentenciado a fechar por cinco jogos o setor do estádio de onde partiram a maior parte dos insultos racistas. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (23).
7 pessoas foram presas, o cartão vermelho que o jogador havia recebido foi anulado e o juiz da partida demitodo. Parlamentares se mobilizam para aprovar medidas que impeçam que episódios semelhantes se repitam. O caso segue movimentando as redes e o jogador recebeu mais mensagens de apoio.
Como começaram os insultos
Na súmula oficial divulgada pela Federação, é possível acompanhar passo a passo como se deu a confusão no estádio.
O documento mostra que os insultos a Vini já começaram na chegada ao estádio.
“Antes do início da partida, por ocasião da entrada dos jogadores no Mestalla, após a saída do ônibus do Real Madrid C.F., centenas de torcedores que estavam estacionados nas imediações entoavam o cântico: “Você é um macaco…Vinícius você é um macaco…”
A Federação também detalha os cantos racistas já dentro do campo após o jogador ser expulso.
“Após a expulsão no minuto 90, ouve-se nas arquibancadas um cântico geral de “Macaco, macaco” que transições para “Tonto, tonto”, afirmou em nota a RFEF.
A súmula termina afirmando que diante das provas evidentes de racismo contra Vini Jr, o Valencia irá receber uma multa.
Prisão dos responsáveis
Ao menos sete torcedores foram presos pelas acusações de insultos racistas a Vini Jr.
Os jovens têm idades entre 18 e 21 anos. No entanto, foram liberados, mas enfrentarão acusação na Justiça de “atentado aos direitos fundamentais e liberdades públicas”.
Depois de quase 2 anos de ataques racistas contra Vini, essas foram as primeiras prisões contra suspeitos.
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No Brasil
O racismo sofrido por Vini Jr também continua a movimentar diversas ações no Brasil.
Na Câmara dos Deputados, a sessão desta terça-feira (23) começou com moções de repúdio à Federação Espanhola de Futebol (La Liga) e ao presidente do Clube, Javier Tebas Medrano.
Javier é acusado de não punir torcedores racistas em outras ocasiões.
No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o racismo é um crime que não prescreve nem aceita fiança. Portanto, não há tempo para ser esquecido nem pode ser contemporizado com o pagamento de valores em dinheiro.
Apoio a Vini Jr.
No Rio de Janeiro, o deputado estadual Professor Josemar (PSOL-RJ) apresentou o Projeto de Lei 1.112/23 que institui política estadual de combate ao racismo nos estádios e arenas esportivas do Rio.
O jogador também pode receber a Medalha Tiradentes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a pedido da deputada Verônica Lima (PT).
Outro gesto de apoio ao jogador veio da partida entre Atlético Mineiro e Athletico Paranaense, válido pela fase de grupos da Libertadores da América, maior competição sul-americana de futebol.
Os dois times se enfrentaram ontem (23) no estádio do Mineirão, em BH. Paulinho, atacante do Atlético Mineiro marcou dois gols e ergueu o punho, gesto conhecido por ser anti-racista.
No final da partida o jogador se pronunciou.
“Apoio total ao Vini. A gente jogou junto na seleção de base, sempre participou dos períodos da seleção e tivemos uma bela parceria. Muito triste com o que aconteceu lá fora, algo que não cabe mais em nenhum lugar do mundo”, disse Paulinho.
O atleta afirmou ainda que vai lutar até o fim contra o racismo, que algumas pessoas na Europa e no Brasil tentam propagar.
Com informações de Agência Brasil, Câmara dos Deputados e ESPN.