Usando dados de um relógio inteligente, pesquisadores conseguiram prever até sete anos antes os sintomas característicos da doença de Parkinson. O diagnóstico abre novas possibilidades de estudo sobre a doença e uma maneira paciente aliviar a enfermidade.
A descoberta foi de cientistas da Universidade de Cardiff, no Reino Unido. Ann-Kathrin Schalkamp e sua equipe usaram dados coletados por relógios inteligentes, os famosos “smartwatchs”, usados por 103.712 pessoas.
Os dados, como aceleração e a velocidade dos movimentos dos usuários do aparelho, foram analisados por um programa de inteligência artificial criado pela própria equipe de Ann-Kathrin.
7 anos
Com um curto espaço de tempo, foi possível avançar sete anos na frente.
Os dados recolhidos cobriram um período de sete dias, entre os anos de 2013 e 2016. Foi o suficiente para que a máquina indicasse os indivíduos que mais tarde viriam a desenvolver a doença de Parkinson.
São vários os relógios inteligentes que hoje medem aceleração, velocidade e até mesmo batimentos do coração. Esses dados vêm sendo usados por pesquisadores no mundo todo.
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Precisão e baixo custo
A precisão da máquina assusta.
Ann-Kathrin disse que os sinais coletados pelos relógios, até hoje, são mais precisos do que qualquer outro método ou sinal para prever se uma pessoa irá, ou não, desenvolver Parkinson.
A acelerometria já é usada na identificação da doença, mas a equipe de Cardiff comparou o biomarcador digital com estilo de vida, bioquímica sanguínea e outros dados dos voluntários.
O método chama a atenção também por ser de baixo custo, podendo ser usado como uma nova ferramenta de triagem para a doença que é neurodegenerativa.
Mitigar
A ciência ainda não descobriu um tratamento preventivo para a doença de Parkinson, mas ter um relógio inteligente que pode monitorar os sintomas sete anos antes pode ser importante.
Do ponto de vista científico, o diagnóstico cedo é uma nova possibilidade de entender melhor sobre a patogênese.
Para o paciente, abre-se uma oportunidade de aliviar e conviver melhor com os sintomas quando eles se iniciarem.
Com informações de Diário da Saúde e Nature Medicine.