Uma técnica revolucionária vai permitir que hospitais usem uma mistura de mel e vinagre para limpar feridas crônicas de pacientes. A técnica é de baixo custo, pode substituir antibiótico ou anti-sépticos, e se mostrou mais eficaz para derrotar bactérias.
A mistura chamada de oximel é conhecida da medicina e já é usada como tratamento médico ao longo da história. A novidade agora é sua aplicação no combate a feridas infeccionadas em pacientes internados.
“Em nossa pesquisa de receitas pré-modernas, notamos um padrão de combinação de mel e vinagre para lavar ou curar feridas e inchaços, e isso nos inspirou a focar nessa combinação em nossa análise”, disse Erin Connelly, da Universidade de Warwick (Reino Unido).
Estudo publicado em revista científica
Erin Connelly e Freya Harrison são responsáveis pelo estudo que foi publicado na revista científica Microbiology e mostra os diversos benefícios que a técnica tem.
“Vimos um grande número de bactérias morrendo ao combinar essas doses juntas”, disse Freya.
A técnica combate infecções bacterianas difíceis de tratar, principalmente aquelas que estão protegidas por um biofilme.
O Biofilme é um sistema de bactérias que aderem muito fortemente às feridas abertas, se agarrando na carne do paciente e tornando o tratamento mais complicado. Nem com tratamentos mais convencionais, em alguns cenários, são eficazes para conter as bactérias.
Pesquisas antigas, levantadas pela equipe de Warwick, mostraram que alguns remédios naturais podem ajudar no tratamento deste tipo de infecção.
Mel e vinagre
Ao descobrir que hospitais podem usar mel e vinagre para ajudar no tratamento de feridas de pacientes, a equipe começou a investigar a técnica.
Combinando duas pomadas de mel de grau médico com vinagre natural, as pesquisadoras indicaram a combinação que funcionava melhor.
“Aplicamos uma dose baixa de mel, que por si só não matava a bactérias, e uma dose baixa de ácido acético que também não matava a bactéria sozinha”, contou Freya.
Freya ainda explicou que quando as doses foram aplicadas nas feridas dos pacientes, mesmo em menores quantidades do que usadas normalmente, tiveram um resultado muito melhor.
Além disso, a equipe foi capaz de identificar que vinagres naturais tinham maior capacidade de matar bactérias do que uma dose equivalente do ácido acético puro.
Em especial, um se sobressai em relação aos outros. O vinagre de romã teve forte atividade antibacteriana quando combinados com o mel.
Leia mais notícia boa
- Técnica brasileira melhora cicatrização de feridas crônicas em 80%
- Placenta humana pode curar feridas de difícil cicatrização. Veja!
- Curativo inteligente ajuda a monitorar e cicatrizar feridas crônicas rapidamente
Próximos passos
Agora, Freya e Erin querem entender melhor a dosagem que pode beneficiar os pacientes.
Os resultados foram promissores e empolgantes. Para Joseph Hardwicke, cirurgião plástico dos hospitais universitários de Coventry e Warwickshire, o conhecimento antigo combinado com as novas descobertas, tem tudo para dar certo.
“Esta é uma área empolgante de pesquisa para usar remédios tradicionais no NHS moderno. A carga de tratamento de feridas e infecções aumenta ano a ano, com condições causais como diabetes. Talvez o conhecimento de nossos ancestrais possa ser usado para aprimorar os cuidados atuais que podemos oferecer aos pacientes, a um custo menor”, explicou o médico.
Com informações de Warwick University