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Mulher se forma no EJA e volta como professora à mesma escola aos 62 anos
7 de agosto de 2023
- Renata Dias
Deuza é natural de Piritiba (Bahia) e viveu lá até os 15 anos, sem acesso à educação. Até que entrou no EJA, se formou e agora voltou como professora ao mesmo colégio - Foto: reprodução / Pref.Feira de Santana
Deuza é natural de Piritiba (Bahia) e viveu lá até os 15 anos, sem acesso à educação. Até que entrou no EJA, se formou e agora voltou como professora ao mesmo colégio - Foto: reprodução / Pref.Feira de Santana

Uma mulher, de 62 anos, que se formou no EJA, depois de adulta, agora é professora na mesma escola onde teve a oportunidade de retomar os estudos.

Deuza Maria da Silva, de Feira de Santana, na Bahia, ficou dos 6 aos 15 anos sem acesso à educação. Mas jamais abandonou o desejo de se tornar professora.

Determinada, Deuza agora dá aulas na Escola Municipal Ernestina Carneiro, e também acumula função na Secretaria dos Conselhos Municipais de Educação e Alimentação Escolar. Olha que virada!

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Mensagem para quem faz EJA

Pelos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há cerca de 9,6 milhões de brasileiros que não sabem ler nem escrever. Os dados não incluem os chamados analfabetos funcionais, aqueles que apenas escrevem o próprio nome.

O EJA, Educação para Jovens e Adultos, é a oportunidade de estudo para brasileiros acima dos 15 anos que querem se formar nos ensinos Fundamental e Médio.

Para Deuza, foi a grande oportunidade da virada na vida.

“Não importa quantos anos você tenha, nem quando você parou de estudar, o importante é recomeçar sempre”, ressaltou a professora.

Segundo Deuza, é essencial buscar a superação das dificuldades.

“É importante usar cada ponto negativo da sua vida como um degrau para você subir em busca de conhecimento, porque é ele que vai te dar a condição para ter uma vida digna.”

Superação e força de vontade

De Piritiba (Bahia), Deuza não estudou até os 15 anos.  “De vez em quando brincava de estudar, mas nunca tinha ido a uma escola”, afirmou.

Aos 16 anos, a professora se mudou para Feira de Santana e decidiu fazer EJA para terminar o Fundamental. Depois, ao chegar no Ensino Médio, teve de parar.

Neste período, casou e ficou grávida, a filha com deficiência exigia cuidados especiais e muita atenção. O sonho de virar professora foi adiado novamente.

Porém, aos 25 anos, voltou novamente para a escola e concluiu o Ensino Médio.

“Eu me vejo nos meus alunos porque sei que um dia estive ali naquele lugar.”

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Educação, a base de tudo

Para Deuza, não há dúvidas do papel fundamental da educação na vida dela.

“A educação para mim é a base de tudo e se tornou meu objetivo de vida. Procuro fazer da minha docência aquilo que eu gostaria que fosse feito comigo, com carinho, com respeito e direitos“,  disse.

Em 2005, sua filha morreu. Com a partida da filha, Deuza transformou a dor em combustível para realizar o sonho.

Aos 47 anos, em 2007, a professora conseguiu nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e começou o curso de Pedagogia com bolsa integral.

Segundo Deuza, era a estudante mais velha da turma.Depois deste período, ainda cursou licenciatura em Letras e fez especialização.

Mais planos para o futuro

Aos 62 anos, em 2022, foi integrada ao quadro de professores da Rede Municipal de Feira via Regime Especial de Direito Administrativo (Reda).

“Pretendo fazer mestrado e continuar levando essa mensagem de que tudo é possível por meio da educação”, disse.

Deuza, de 62 anos, se formou no EJA e hoje é professora no mesmo colégio onde estudou - Foto: reprodução / Pref. Feira de Santana
Deuza, de 62 anos, se formou no EJA e hoje é professora no mesmo colégio onde estudou – Foto: reprodução / Pref. Feira de Santana

Com informações da Prefeitura de Feira de Santana (BA).

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