Depois de dois anos de tratamento e com apenas 5 de vida, menina vence o câncer e ganha uma carreata da “Mulher Maravilha”. Detalhe: a pequena, claro, estava devidamente vestida como a heroína. Antes, a garotinha tocou o sino da cura, um símbolo da vitória contra a doença.
A família e os amigos da menina Alice Maia, de 5 anos, organizaram a carreata pelas ruas de Campo Grande (Mato Grosso do Sul). No carro, um resumo da vida da pequena: nos últimos dois anos, ela fez tratamento para combater o câncer, um caso de leucemia linfóide aguda B, e venceu.
Assim de “Mulher Maravilha”, a menina desfilou pelas ruas da capital. Muitas buzinas, acenos e beijos. A garotinho era só sorrisos. Mal sabe a pequena, mas o gesto dela e da família espalharam esperança no trânsito ao anunciarem a vitória.
Sino da Cura
Vestida de “Mulher Maravilha”, na semana passada, Alice realizou o sonho dela: tocar o sino da cura. O símbolo de alegria, vitória e esperança nas dependências do Hospital Cassems de Campo Grande.
Alice e o amiguinho Benjamin Cantero, também e 5 anos, encerraram o tratamento contra a leucemia. Segundo a equipe médica, estão curados, prosseguem apenas com a etapa de acompanhamento e monitoramento da doença.
O diretor administrativo do Hospital Cassems de Campo Grande, Alessandro Depieri, gosta de acompanhar esta finalização do tratamento que caracteriza a humanização do atendimento médico hospitalar.
“Esse é um resultado que nos deixa muito felizes, pois é um diagnóstico que angustia a família, é uma comorbidade grave. Isto demonstra a qualidade técnica assistencial, em especial do nosso corpo clínico, a estrutura do nosso hospital e toda a qualidade assistencial”, afirmou.
Felicidade e elogios
A mãe da menina Alice é só felicidade e elogios.
“Meu coração não cabe no peito, parece que vai sair. Estou muito feliz. Foram dois anos aqui dentro, dois anos de picadas, de choro, de vômito, mas, graças a Deus, acabou”, afirmou.
Sem conter a emoção, Simone disse que mal consegue se segurar. “Estou a semana toda entre chorar e sorrir, chorar e sorrir. Foram dois anos horrorosos, onde você vê a sua filha chorando e não pode fazer nada. Eu sou muito grata a Deus por tudo, por todas as pessoas que Ele colocou no nosso caminho”.
O pai da menina também é puro reconhecimento. Fábio Gonçalves disse que a notícia da cura da filha era a mais desejada por ele.
“É muito emocionante, é muito bom receber a cura da nossa filha. Foi um sofrimento grande, mas hoje a gente conseguiu chegar para tocar o sino. Eu chorei, mas foi de felicidade. O pessoal do hospital é maravilhoso, sempre atendeu muito bem a Alice. A Alice é o amorzinho que todo mundo gosta e a gente foi sempre muito bem recebido”.
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Tratamento humanizado
O médico oncologista Rede Amo Renato Hideki Yamada, responsável pelo tratamento da Alice, disse que o envolvimento da equipe com o paciente vai além da área técnica.
“O nosso trabalho não é de uma pessoa só. Temos a nossa equipe médica, as enfermeiras são muito amigas da família. O tratamento é longo, então, a gente cria vínculos. Num tratamento assim, são vários os desafios que encontramos.”
Da mesma forma, o médico se referiu ao pequeno Benjamin Cantero dos Santos, que também teve alta no dia da “Mulher Maravilha”, e viveu o drama do mesmo diagnóstico.
“Mais do que estar feliz, realizado como profissional, a gente está feliz pela família. É muito gratificante ver que o trabalho bem feito tem sucesso e agora é comemorar a cura do Benjamin”, disse.
Leucemia, o chamado câncer no sangue
A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, ainda sem origem conhecida, é caracterizada pelo acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.
A medula óssea é o local de fabricação das células sanguíneas e ocupa a cavidade dos ossos, sendo popularmente conhecida por tutano.
Na medula são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos (leucócitos), aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e às plaquetas.
Na leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a transforma em uma célula cancerosa.
Essa célula anormal não funciona de forma adequada, multiplica-se mais rápido e morre menos do que as células normais.
Assista ao vídeo da menina que venceu o câncer na carreata da ‘Mulher Maravilha’:
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