Sensor sustentável feito com restos de repolho identifica água contaminada
Uma designer desenvolveu um sensor com restos de repolho que identifica se há, ou não, contaminação presente em um corpo de água. De baixo custo e com ótima efetividade, a técnica do biodispositivo funciona com base na mudança de cor do repolho, que aponta se o líquido é ou não potável.
Melissa Ortiz, artista, designer e ex-professor do ensino médio radicada na Califórnia, foi a responsável por desenvolver o produto. Apelidado de ‘Colores del Rio’, a engenhosidade usa restos de repolho de uma comunidade agrícola da região.
“Esta ferramenta de envolvimento comunitário é o ativismo do Biodesign em resposta a questões sistêmicas locais que envolvem a indústria da monocultura, a bacia hidrográfica do Rio Salinas e as comunidades impactadas”, explicou a ativista.
Comunitário
Conforme Melissa explicou, sua ideia inicial era promover a interação da comunidade com questões ambientais.
A mulher que incentivar, através de uma ação biorregional, uma maior interação da comunidade agrícola na área de Salinas com o potencial de reaproveitamento de resíduos alimentares.
O Biosensor surgiu em uma aula de Biodesign no Colégio de Artes da Califórnia, e desde então evoluiu para uma parceria com a Xinampa, organização sem fins lucrativos e o departamento de ciências da Mount Toro High School.
Funcionamento
A composição química do repolho faz com que o vegetal mude de cor de acordo com o pH da água que ele entrou em contato.
O pH é um índice que ajuda a identificar a qualidade do líquido, se ele é ou não potável.
Feito com restos de repolho, o sensor fica em um tom vermelho-rosado quando a água está ácida (pH menor que 7), ou verde amarelado, quando ela está alcalina (pH maior que 7).
Produção
O repolho usado na produção do sensor é recolhido do lixo local.
Para criar ainda mais uma sensação de pertencimento com a comunidade, Melissa trabalhou com estudantes do ensino médio da região.
Os meninos e meninas ajudaram a ferver, desidratar e moer a hortaliça. Depois, o pó resultante é misturado com uma goma xantana, que funciona como um aglutinante.
“Convido a próxima geração de liderança a participar ativamente no biodesign, na ciência cidadã e na justiça ambiental, dando ao desperdício alimentar local outra vida”, pediu Melissa.
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Prêmio
Tamanho esforço rendeu a Melissa uma premiação super importante no campo do ativismo social.
A invenção ganhou o prêmio de “Crítica Social Notável”, no concurso Biodesign Challenge
2023.
Agora, Melissa está focada ainda mais em expandir o Colores del Rio, buscando despertar pessoas sobre a importância do reaproveitamento e ativismo social em defesa do meio ambiente.
Com informações de Revista Oeste, Design Boom e Yanko Design.