Isis Valverde, uma das maiores estrelas da televisão brasileira, vai viver Ângela Diniz no filme que estreia em setembro inspirado na vida da socialite mineira vítima de feminicídio nos anos 70.
O longa mostra os últimos meses de vida da mulher, que foi assassinada em 1976 pelo então namorado Raul Fernando do Amaral Street, mais conhecido como Doca Street. Ele será interpretado pelo ator Gabriel Braga Nunes.
“Ela era tudo isso mesmo. Ângela foi esse universo, esse cosmo. Ou esse poço, como uma pessoa que a conheceu me disse. Você mergulhava nos olhos dela e ia afundando, afundando, afundando… Ela tinha um magnetismo, um carisma, uma melancolia, uma solidão. Era livre e gostava de exercitar essa liberdade. Amava os filhos e sofria muito com a distância deles. Não tem como dizer que ela era uma coisa só”, explicou Isis Valverde.
“História dela”
Para a atriz, Ângela foi muito maior que um filme pode retratar:
“Quando a gente quer encaixar nas caixinhas já definidas, inevitavelmente vamos deixar muita coisa de fora”, afirmou Isis sobre o relacionamento abusivo vivido por Ângela Diniz.
O desafio de encapsular todas as nuances no filme ficcional era desafiador, por isso, a atriz fez contato com outras pessoas que conheceram a socialite.
Com a liberação da filha de Ângela para que a obra fosse gravada, Isis procurou fotos e vídeos para usar como referência no visual.
“A filha dela deu a liberação para que a história fosse contada, mas ela não participou do desenvolvimento do roteiro nem de nenhuma outra etapa. É uma história muito dolorosa para todos eles”, disse Isis.
Desafios
Hugo Prata, diretor do filme em que Isis Valverde viverá Ângela Diniz, explicou que a produção não quer cair em uma imitação de trejeitos e posturas da mulher.
“Nunca foi nossa proposta imitar a Ângela. Tanto que a escrita do nome é diferente do filme: Angela, sem o acento circunflexo. Acho que isso já denota que ali está uma interpretação dela, daqueles quatro meses que abrangem o momento em que ela e Raul se conheceram e o desfecho trágico dessa história”, disse o diretor.
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Crime emblemático
Ângela foi Assassinada a tiros, em um dos crimes mais emblemáticos do Brasil. Na época a tese de legítima defesa da honra foi amplamente discutida na imprensa brasileira, a ponto de esquecer que a vítima era a socialite.
O caráter da mulher foi questionado, bem como sua liberdade sexual, por todo o país. Doca conseguiu manipular a opinião pública, dando a entender que a real culpada pelo ato dele era a namorada.
Ao longo da relação, Raul se demonstrou um homem agressivo, violento e controlador.
Movimento feministas do país pressionaram para um novo julgamento, e Doca, que havia sido condenado com pena inicial de dois anos dada em 1979, que foi atualizada para 15 anos depois.
A estreia
“Angela” estreia nos cinemas brasileiros no próximo dia 9. O roteiro é de Duda de Almeida.
Além de Isis e Gabriel, estão no elenco Alice Carvalho, Bianca Bin, Carolina Mânica, Chris Couto, entre outros.
A produção é da Bravura Cinematográfica e a coprodução é da Star Productions.
Veja o trailer:
Com informações POPLine, Leia Agora e Omelete.