Ansiedade não é brincadeira. E o mal, que afeta 62,6% dos brasileiros, pode ser controlado com sete passos, orientam especialistas. O ponto de partida, afirmam, é descobrir os gatilhos, as causas que geram o distúrbio, que geralmente é um sentimento ligado à preocupação, nervosismo e medo intenso.
A ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações de estresse e perigo. É uma emoção que envolve sentimentos de apreensão e insegurança. Mas precisa ser controlada com ajuda médica, em muitos casos.
“Reconhecer que determinados pensamentos e situações provocam isso é o primeiro passo desse controle”, disse em entrevista ao Só Notícia Boa o professor de psicanálise e psicanalista Flávio Calile.
Reconhecer os gatilhos
Fundador do Instituto Kalile de Psicanálise, em Brasília, no Distrito Federal, Flávio disse que o reconhecimento dos “gatilhos” que geram a ansiedade é fundamental para o tratamento ser bem-sucedido e a pessoa ter uma vida com qualidade.
“Como psicanalista, a ansiedade é tratada através do processo de elaboração das questões que podem levar a gatilhos da ansiedade. Por isso a fala no processo analítico é tão importante. À medida que o paciente fala de várias questões aleatórias, o psicanalista chega nele, reconhece os sintomas e gatilhos que sempre levam a níveis mais elevados dessa ansiedade”, afirmou o especialista.
Como controlar a ansiedade
Muitas pessoas em crise de ansiedade sofrem com tensão muscular, inquietação e falta de sono.
O especialista diz que é preciso compreender as causas que geram a ansiedade e adotar hábitos, pensamentos e ações saudáveis para evitar que ela se intensifique e o quadro piore.
Preocupações podem ser mais frequentes e persistentes do que o normal e prejudicarem a concentração, afetando inclusive o físico das pessoas.
7 passos para controlar a ansiedade
- Compreender as causas que geram a ansiedade
- Adotar hábitos saudáveis e que relaxam
- Manter os pensamentos em aspectos positivos
- Reservar um tempo para si mesmo
- Escolher alimentos mais saudáveis, excluindo os processados e gordurosos
- Praticar exercícios físicos que lhe agradem
- Dormir bem
Sintomas que acedem a luz de alerta sobre um quadro de ansiedade
- Preocupação excessiva;
- Pensamentos intrusivos (que surgem de repente e não saem da cabeça)
- Inquietação e agitação;
- Batimentos cardíacos acelerados;
- Respiração rápida ou ofegante;
- Tremores;
- Sensação de aperto no peito;
- Desconforto gastrointestinal,
- Tensão muscular;
- Irritabilidade;
- Dificuldade em concentrar-se;
- Insônia ou distúrbios do sono.
Ajuda profissional
Liana Chiaradia, CMO do Guia da Alma, lembra que é preciso buscar ajuda profissional, em caso de agravamento dos sintomas.
Apenas um profissional pode avaliar de forma correta um caso clínico e indicar o tratamento adequado, afirmou.
Rodrigo Roncaglio, CEO do Guia da Alma, acrescentou que “autoavaliação e autoconhecimento” não são um diagnóstico e não substituem uma avaliação médica ou terapêutica, nem descarta o uso de medicamentos.
“O quiz é um direcionamento para que a pessoa entenda qual o seu nível de ansiedade e de que forma isso está afetando a sua vida, além de apontar maneiras de buscar ajuda para reduzir os impactos dessa condição.”
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Brasil, um país de ansiosos
Com a pandemia, houve um aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo.
Pesquisa feita no Brasil pelo Guia da Alma, entre 2020 e 2023, via online, mostrou que 62,6% das pessoas que responderam ao questionário disseram sentir um alto nível de ansiedade.
Com base em dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) antes da pandemia da Covid-19, 9,3% da população brasileira sofria de ansiedade, o equivalente a 18,6 milhões de pessoas.
A pesquisa
O estudo reuniu 24.267 participantes, entre 2022 e 2023, que responderam ao questionário.
Pelo menos 62,6% se disseram ansiosos em elevado grau, o equivalente a 15.146 pessoas.
Outros 31,1% afirmaram ter ansiedade em grau moderado, representado 7.528 pessoas.
Um grupo de 4,6% disse sofrer de ansiedade leve, aproximadamente 1.107 pessoas.
Já 399 pessoas, o equivalente a 1,9%, se disseram ansiosas em nível normal.
Com informações do Guia da Alma