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“Vontade de correr na areia foi maior que o autismo” e Antônia venceu; Vídeo
25 de setembro de 2023
- Renata Dias
Antônia venceu o medo! A menina, que tem autismo, anda pela primeira vez na areia a praia. - Foto: reprodução redes sociais
Antônia venceu o medo! A menina, que tem autismo, anda pela primeira vez na areia a praia. - Foto: reprodução redes sociais

Aos 7 anos, a pequena Antônia, nível 3 do Transtorno do Espectro Autista (TEA), venceu uma das maiores barreiras que tem: caminhar por pisos desconhecidos. A menina supera uma das limitações do autismo, anda na praia e corre em direção ao mar, como nunca fez antes. E a vitória foi mais que comemorada pela mãe nas redes sociais.

Maria Karina, mãe da Antônia, emocionou com o vídeo da filha caminhando pela primeira vez, sobre a areia. Ela explica que a garotinha tem algumas limitações devido o diagnóstico, mas que a vontade dela superou qualquer uma das dificuldades. “A vontade de correr na areia foi maior do que o autismo”, escreveu a mãe.

E a vitória da Antônia foi muito bem comemorada pela família e pelos seguidores dela no Instagram, que acumula mais de 51 mil internautas. “Antonia é minha inspiração para ser um ser humano melhor , escreveu uma seguidora.

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Superando mais um obstáculo

O vídeo publicado por Maria Karina mostra a filha caminhando com o pai na praia. A menina desce as escadas demonstrando bastante alegria e sem resistência.

“Antônia tem 7 anos e ainda está aprendendo a lidar com uma das características mais difíceis do autismo: a disfunção sensorial”, escreveu a mãe no vídeo publicado.

Maria Karina explica que já tiveram situações em que a filha se tremeu e chorou ao caminhar por lugares desconhecidos. Dessa vez, a garotinha estava determinada a realizar uma vontade: brincar no mar.

Em um segundo vídeo, Karina ainda reflete sobre os medos da filha. “As pessoas costumam perguntar: até onde Antônia iria se não fosse o medo?”, escreveu a mãe.

Karina imediatamente afirma que não pensa na filha diferente do que ela é hoje.

“Eu não penso minha filha sem a síndrome e sem o autismo, sem nada do que ela não é. Ficar supondo uma existência que ela não existe nos desvia do caminho”, reagiu.

Rede de apoio

Antônia tem dois diagnósticos: o autismo e a Síndrome de Langer-Giedion, uma alteração cromossômica que provoca alterações na aparência e déficit intelectual. Mas nada impede a menina de querer viver e os pais de estarem do lado dela sempre.

Nas redes sociais, Maria Karina relata os cuidados com a filha. A vontade de viver e superar é constante na vida da pequena.

“Não tenho nenhuma vocação para guerreira e nem dou conta de tudo”, afirmou a mãe. “Para criar uma filha de 7 anos, que exige cuidados como se ainda fosse um bebê, é necessário ajuda familiar e rede de apoio paga.”

Rotina de famílias atípicas

Antônia precisa de ajuda contínua inclusive para o básico e trivial, ocupando o tempo dos pais e dos parentes.

“Sozinha eu não daria conta”, desabafou Maria Karina, listando uma relação de tarefas cotidianas: arrumar a casa, lavar roupa, preparar a comida, dar banho, dar água, dar remédio, brincar no parque, preparar as sete refeições diárias e muito mais.

O desabafo da Maria Karina tem o peso de alerta sobre a rotina que afeta todas as mães atípicas, considerando as de autistas nível 3, por vezes, nível 2.

“Vocês sabiam que, no Brasil, tem mais de 11 milhões de mães que criam os filhos sozinhas?”, questionou a mãe.

Em seguida, Maria Karina segue.

“Vocês sabiam que, no Brasil, cerca de 78% dos pais abandonam as mães de crianças com deficiência e doenças raras antes de os filhos completarem cinco anos? vocês sabiam que o nível de estresse parental é maior nas famílias de crianças com deficiência?.”

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Apoio nas redes

Nas redes sociais, o relato de Maria Karina com tantos detalhes e verdades cativam e emocionam. Muitos se identificam.

Conhecidos e desconhecidos apoiam Antônia e a mãe.

“Pensar no ‘e’ e ‘se’ só nos traz angústia, roubando as oportunidades de viver coisas tão boas que [já] estão ao nosso alcance”, afirmou uma internauta.

Outra confidenciou que o autismo não a impediu de ser independente e autônomo.

“Passei 43 anos sendo autista sem saber e me tornei independente, moro sozinha, trabalho, tenho meu carro, minha cachorrinha”, disse.

Uma mãe de autista reagiu: “Meu filho sem o autismo simplesmente n seria ele, seria outro alguém”.

Outra seguidora decretou. “Se fosse diferente do que é não seria Antônia, seria outra criança outra pessoa. Simples assim. Cada um é o que é, e como é.”

 

Veja como foi a primeira vez de Antônia caminhando na areia da praia:

 

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Antônia se divertiu no mar e na areia

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