Um ponto fora da curva, é como pode ser definido o pesquisador tunisiano Moungi Bawendi. Ao lado de outros dois cientistas Louis Brus e Alexei Ekimov, o mais novo Prêmio Nobel de Química admitiu que foi reprovado e chegou a ser o pior da turma. Segundo ele, pensava que não precisaria estudar para as provas de Química na pós-graduação.
O professor Moungi Bawendi, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, é do tipo desligado. Foi acordado com a notícia sobre o Prêmio Nobel e ignorou os telefonemas anteriores porque “estava sonolento”.
Ao lembrar da trajetória profissional, Moungi contou da reprovação e do baixo desempenho escolar. “Recebi 20 de 100 [perguntas]. Foi a nota mais baixa da turma”, disse ele. “Depois disso, foram 100 em todos os exames. Eu descobri como estudar.”
Nobel de Química
Moungi é um dos três cientistas que ganharam o Prêmio Nobel de Química.
Ele e os colegas desenvolveram pesquisa sobre pequenas partículas, chamadas pontos quânticos, que emitem cores diferentes quando iluminadas.
As partículas levaram a avanços em vários campos, inclusive no auxílio ao diagnóstico de doenças hepáticas e no aumento do brilho das telas de televisão.
Moungi disse que ainda estava dormindo quando recebeu uma ligação avisando que ganhou o prêmio.
“Eu não tinha certeza se isso era verdade e estava tentando acordar e minha esposa me disse: ‘O que está acontecendo? O que está acontecendo?’”, reagiu o pesquisador. “Então percebi que é verdade.”
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Muitos elogios
Colegas e ex-alunos destacaram que Moungi merece reconhecimento por ser brilhante.
O professor do MIT, Vladimir Bulovic, lembrou de ter participado de uma conferência ao lado de Moungi, quando alguém perguntou ao tunisiano como ele evita cair em crises diante de tantos pesquisadores.
Segundo Vladimir, a resposta de Moungi mostrou a magnitude do ser que ele é.
“Ele [Moungi] humildemente respondeu: ‘Sinto que estou em crise o tempo todo. Eu vou a conferências como essa e fico impressionado com o que vocês estão fazendo.”’
História de vida
Moungi é professor do MIT desde 1990, após obter graduação em Harvard e doutorado na Universidade de Chicago.
O pesquisador disse que o Nobel mostra que ele percorreu um longo caminho desde seu primeiro ano em Harvard, quando pensou que não precisava estudar para os testes e, depois foi reprovado no primeiro exame de química.
Moungi divide o Prêmio Nobel com Louis Brus, da Universidade de Columbia, e Alexei Ekimov, da Nanocrystals Technology Inc.
Ekimov e Brus são creditados por criarem pontos quânticos independentemente um do outro. Bawendi desenvolveu um método para utilizá-los em aplicações tecnológicas como telas de LED e imagens médicas.
Os nomes dos três pesquisadores foi anunciado esta semana pela Academia Real da Suécia.
O nome do prêmio Nobel de Química foi anunciado como o escolhido pela Academia Sueca
Com informações de GBH