Uma bebida inteiramente nacional faz sucesso em lugares requintados e está na carta de um sommelier consagrado. É isso mesmo, um espumante de caju do Ceará chegou aos restaurantes finos de São Paulo e conquistou a clientela. O produto é todo artesanal, original e foi testado muitas vezes antes de ir à mesa.
O autor da façanha é o cearense Vicente Monteiro, que criou o espumante a partir dos pés de caju de Aracoiaba, município de pouco mais de 20 mil habitantes, a 83 quilômetros de Fortaleza. Ele só trabalha com produtos da agricultura familiar.
Maior produtor de caju do país, o Ceará tem uma produção incrível. Com a experiência em cervejas artesanais, Vicente pesquisou sobre o cauim, bebida indígena, e criou a Cauina, bebida tipo espumante que tem como base o frescor do caju.
Alquimia
Vicente disse que a inspiração veio de uma tradição dos povos indígenas da região e da cajuína.
Utilizando o método Champenoise, ele elaborou a bebida que traz a delicadeza do espumante, a valorização da cultura alimentar tradicional e um toque contemporâneo.
O método Champenoise é chamado de tradicional e clássico. Por ele, há uma segunda fermentação de um vinho base, dentro da própria garrafa.
No período de dois meses, as leveduras transformam açúcar em álcool, liberando gás carbônico, dando origem a perlage do espumante.
Orgulhoso, o empresário costuma dizer que o espumante é um produto “genuinamente cearense” e sem estereótipos. A bebida é produzida a partir de insumos orgânicos e veganos .
A Cauina é uma bebida fermentada preparada com suco de caju clarificado, cajuína e leveduras. A vontade de produzir o espumante apareceu durante um estudo feito por Vicente no Laboratório de Criação da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco.
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O espumante de caju
É uma bebida, segundo Vicente, para momentos especiais.
A proposta é que apreciadores possam saborear o espumante, sem necessariamente ter de conhecer os detalhes sobre a bebida, como ocorre com o vinho.
Levi, uma curadoria de vinhos, tem a Cauina como destaque na carta de bebidas.
O sommelier e juiz de vinhos Ramon Maia demonstra o encantamento com o espumante.
De acordo com especialistas, o espumante seco é excelente para começar a noite e acompanhar petiscos e aperitivos.
O tipo demi-sec devem acompanhar pratos de frutos do mar, além de sobremesas, enquanto os espumantes doces devem acompanhar frutas, fondues doces, chocolates, panetones e outras variações de sobremesas e pratos doces.
O espumante de caju tem estilo e forma e saiu no perfil do sindicato rural da região:
Com informações do Diário do Nordeste