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Alzheimer pode vir de bactérias intestinais, descobrem cientistas
20 de outubro de 2023
- Vitor Guerras
Os pesquisadores descobriram ligações entre o Alzheimer e bactérias intestinais, o que abre caminho para entender e tratar a doença. - Foto: Reprodução/Freepik.
Os pesquisadores descobriram ligações entre o Alzheimer e bactérias intestinais, o que abre caminho para entender e tratar a doença. - Foto: Reprodução/Freepik.

Pesquisadores internacionais descobriram uma ligação entre o Alzheimer e as bactérias intestinais. Pela primeira vez, os cientistas entenderam que é possível transferir os sintomas de Alzheimer para um organismo jovem e saudável, usando as bactérias intestinais.

“Este estudo representa um importante passo em frente na compreensão da doença, confirmando que a composição da nossa microbiota intestinal tem um papel causal no desenvolvimento da doença”, explicou Sandrine Thuret, do King’s College, de Londres.

Publicado na Brain, uma revista científica respeitada no meio, o estudo mostrou que as deficiências de memória em pessoas com Alzheimer podem ser transferidas para animais jovens. Tudo foi realizado por meio de um transplante da microbiota intestinal.

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Os testes 

Os cientistas identificaram que pacientes com Alzheimer apresentavam uma maior abundância de bactérias que promovem inflamação nas amostras fecais.

Ao transplantar bactérias fecais de pessoas com a doença neurodegenerativa para ratos adultos, um detalhe importante foi observado.

Os roedores, depois de um tempo, apresentavam deficiências em comportamentos essenciais para funções do cérebro responsáveis pela memória e humor.

A descoberta, que pode ajudar no tratamento da doença degenerativa, foi liderada pela professora Yvonne Nolan, da University College Cork (UCC), por Sandrine Thuret e pela Dra.Cattaneo, da Itália.

“Os teste de memória que investigamos baseiam-se no crescimento de novas células nervosas na região do hipocampo do cérebro. Vimos que animais com bactérias intestinais de pessoas com Alzheimer produziram menos células nervosas novas e tinham memória prejudicada”, explicou Yvonne.

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Diagnóstico inicial

Para Yvonne, a descoberta pode ser a solução para diagnósticos mais rápidos em relação à doença.

“As pessoas com Alzheimer são normalmente diagnosticadas durante ou após o início dos sintomas cognitivos, o que pode ser tarde demais, pelo menos para as abordagens terapêuticas atuais”, afirmou.

A cientista ressaltou que, quanto antes diagnosticar a doença, maiores são as chances de resultados positivos para o tratamento do Alzheimer.

“Compreender o papel dos micróbios intestinais durante a demência prodrômica ou em estágio inicial, antes do potencial início dos sintomas pode abrir caminhos para o desenvolvimento de novas terapias, ou mesmo intervenção individualizada”, disse.

Agora, a colaboração pode lançar bases para diversas pesquisas futuras na área, que ligam a prevenção do Alzheimer a atividades físicas e dietas.

“A esperança é de conduzir o estudo a potenciais avanços em intervenções terapêuticas”, comemorou Sandrine.

A descoberta abre um campo grande para diversas pesquisas sobre a doença neurodegenerativa. Foto: Reprodução/Freepik.
A descoberta abre um campo grande para diversas pesquisas sobre a doença neurodegenerativa. Foto: Reprodução/Freepik.
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