Em um feito inédito, cientistas descobriram uma enzima que interrompe a progressão da doença de Parkinson. O resultado abre portas para uma nova frente de estudos sobre o combate à doença!
Ao inibirem a enzima USP30, foi possível proteger os neurônios produtores de dopamina, que normalmente são perdidos à medida que a doença avança. Ao projetar camundongos sem os genes produtores desta enzima, os pesquisadores viram os sintomas da doença desaparecer!
“Nosso laboratório está focado em descobrir as origens da doença de Parkinson e esperamos que – um dia – seremos capazes de desacelerar ou até mesmo prevenir a progressão da doença nos pacientes. As descobertas do estudo atual abrem caminho para esse futuro”, disse Tracy-Shi Zhang Fang, uma das autoras do estudo
Pela primeira vez
O feito realizado pelos pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center (BIDMC), em parceria com a Universidade de Cambridge (Reino Unido) e Mission Therapeutics, pode ter benefícios para toda a sociedade e comunidade científica!
As evidências encontradas durante a pesquisa, sugeriram que as células produtoras de dopamina morrem na doença de Parkinson por uma falha com a eliminação das mitocôndrias velhas.
A dopamina é um neurotransmissor que desempenha um papel fundamental na regulação do nosso movimento e coordenação. Já as mitocôndrias são organelas fonte de energia das células.
Então, o grupo se concentrou na USP30, que tinha evidências de participação em todo esse processo.
Testes contra a doença
A equipe projetou um modelo de camundongo sem o gene responsável por produzir a enzima.
Ao analisar esse animal, os pesquisadores observaram que a perda da USP30 protegia contra o desenvolvimento de doenças semelhantes ao Parkinson como:
- sintomas motores;
- aumento da depuração de mitocôndrias danificadas nos neurônios;
- proteção contra a perda de neurônios produtores de dopamina.
Em um segundo momento, o grupo utilizou uma molécula para bloquear a ação da enzima nos neurônios produtores de dopamina. Mais uma vez, os resultados foram satisfatórios.
“As duas estratégias experimentais juntas são muito mais convincentes do que qualquer uma delas isoladamente”, disse Simon, professor de neurologia na Harvard Medical School.
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Futuro promissor
As evidências encontradas são importantes para soluções futuras contra a doença.
Hoje, a maior dificuldade enfrentada pelos pesquisadores é uma forma de combater a progressão do Parkinson.
“Juntos, os nossos resultados muito significativos apoiam a ideia de que a redução do USP30 justifica mais testes para os seus efeitos potencialmente modificadores na doença de Parkinson.
Agora, o foco dos cientistas é identificar novos tratamentos terapêuticos direcionados à enzima que pode retardar ou prevenir o avanço do Parkinson em seres humanos.
Com informações de BIDMC.