Uma cientista desenvolveu um novo método para retirar ovos de uma fêmea de esturjão, o caviar, sem prejudicar o peixe ameaçado de extinção. Angela Köhlerfaz parte do Instituto Alfred Wegener (AWI), na Alemanha.
Para o procedimento é realizado um ultrassom para verificar se os ovos estão prontos. Então, os ovos são liberados naturalmente através de uma suave massagem.
Os esturjões são animais pré-históricos que podem viver mais de 100 anos e crescer até sete metros de comprimento. São os únicos peixes que produzem o caviar tradicional, e a pesca excessiva e o comércio ilegal ameaçam sua sobrevivência.
Foi depois dessa experiência…
Köhler testemunhou uma fêmea do peixe totalmente desenvolvida sendo morta só para descobrirem que seus ovos estavam muito perto da desova e, por isso, não podiam ser vendidos.
“Eles descartaram o peixe inteiro e recomeçaram o processo com um novo” disse ela ao The Guardian.
A cena triste fez Köhler buscar uma forma de produzir caviar “que não mate” os peixes.
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Quase como trabalhar em uma maternidade
A AWI concedeu licenças para que outros cultivadores do Reino Unido, Califórnia, Islândia, Suécia e Alemanha produzirem caviar utilizando a técnica de Köhler.
No Reino Unido, John Addey e o seu filho, Mark foram um deles.
John descreve o processo de extração dos ovos de peixes vivos como se fosse trabalhar em uma maternidade.
“Massageamos a barriga e garantimos que ela esteja bem macia. Se estiver muito difícil, colocamos de volta na água. Se a barriga estiver mole, os ovos serão liberados naturalmente quando você pressionar a barriga.”
Um caviar mais limpo e puro
O método da cientista também não utiliza conservantes, e os ovos têm uma vida útil de até 9 meses.
Dessa forma, o caviar produzido é mais seguro e confiável para os consumidores e chefs.
E com a demanda crescente por alimentos provenientes de fontes responsáveis, está aumentando o número de fazendas licenciadas pela AWI para trabalhar com esse processo desenvolvido por Angela Köhlerfaz.
Com informações do The Guardian.