O fatídico dia 8 de janeiro de 2023 entrou para a história e agora vai ganhar um Museu da Democracia para mostrar o terror do passado e impedir que volte a se repetir no futuro.
Um levantamento divulgado pela Quaest Consultoria e Pesquisa mostra que 89% dos brasileiros repudiam os ataques antidemocráticos aos prédios dos três Poderes da República.
O governo federal cedeu uma área na Esplanada dos Ministérios para a construção do museu. O projeto arquitetônico será escolhido por meio de um concurso nacional e a obra deve começar em 2025. Golpistas não passarão!
Brasileiros não esqueceram
As cenas das invasões aos prédios dos três pilares da democracia chocaram os brasileiros e os primeiros condenados pelos atos bárbaros estão sendo colocados na cadeia pelo STF, Supremo Tribunal Federal.
Era 8 de janeiro quando grupos de apoiadores do então derrotado ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, chegaram em grandes excursões a Brasília e invadiram e depredaram os patrimônios públicos.
Os apoiadores que estavam acampados em frente aos quartéis desde a derrota política na última eleição, marcharam até a Praça dos Três Poderes com um objetivo: tentar reverter o resultado eleitoral e dar um golpe na Democracia.
Desinformados, ou mal intencionados, eles insistiam que eleições brasileiras haviam sido fraudadas, mesmo que não houvesse nenhuma prova.
Ao chegar na Esplanada, os inúmeros apoiadores invadiram e promoveram um quebra-quebra nos prédios públicos, como o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e o Senado.
A democracia venceu
Hoje, exatamente um ano depois, a forte rejeição ao ato antidemocrático mostra que a democracia venceu!
“A rejeição dos dois lados mostra a resistência da democracia brasileira. Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional”, disse o cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes.
A pesquisa da Quaest foi realizada entre os dias 14 e 18 de dezembro e ouviu 2.012 pessoas em todos os estados do país.
Museu da Democracia
O governo Lula (PT) cedeu uma área na Esplanada dos Ministérios para a construição do Museu da Democracia.
Com investimento de 40 milhões de reais, o recurso virá do Programa de Aceleração do Crescimento, gerando emprego e renda na região.
O terreno cedido fica localizado no Setor Cultural Norte, próximo ao Teatro Nacional Claudio Santoro e da Rodoviária do Plano Piloto, na região central de Brasília.
Hoje, o Ibram lança um repositório online para sistematizar um catálogo de coleções da sociedade civil sobre a democracia brasileira. Clique aqui para acessar o site.
“Além de abrigar um memorial sobre os ataques antidemocráticos do ano passado, o repositório servirá de base para uma campanha de mobilização de museus e pontos de memória a refletirem enquanto agentes de um Estado democrático e protagonistas de sua própria história”, disse o Ministério da Cultura.
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Democracia fortalecida
Para Rosa Weber, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, a data, apesar de triste, marcou a “resistência da democracia”.
Segundo a ex-ministra, que atuou de maneira incisiva às invasões às sedes dos Três Poderes, era preciso parar a investida autoritária e obscurantista.
“Visto pelo retrovisor de 2024, o 8 de janeiro de 2023, o Dia da Infâmia, como o defini, projeta-se como marca indelével da resistência da democracia constitucional brasileira à investida espúria, autoritária e obscurantista contra o Estado Democrático de Direito”, disse.
No dia 9 de janeiro, um dia após o quebra-quebra, Ministros de Estado, do STF, governadores e o Presidente Lula tiveram uma reunião no Palácio do Planalto e, em seguida, fizeram uma caminhada simbólica pela Praça dos Três Poderes num ato de resistência.
Em fevereiro, o STF lançou uma campanha publicitária sobre a reação aos ataques, batizada “Democracia Inabalada”.
Já em agosto, o tribunal divulgou um livro e um documentário sobre os atos.
É importante relembrar tudo o que aconteceu para que isso nunca mais se repita num país civilizado e democrático como é o Brasil.