Usando Inteligência Artificial (IA), estudantes de Ciência da Computação conseguiram decifrar pergaminhos carbonizados de mais de 2 mil anos.
Luke Farritor, Youssef Nader e Julian Schilliger foram os responsáveis por vencer, em 1° lugar, o Grande Prêmio do Vesuvius Challenge. Juntos, os estudantes conseguiram ler uma parte dos Papiros de Herculano, que consistem em cerca de 800 pergaminhos gregos carbonizados durante a erupção, em 79 DC.
Ilegível, o papiro estava sem condições de ler. A técnica usada foi um algoritmo com inteligência artificial. Identificando alterações de textura na superfície do pergaminho, os três conseguiram descriptografar 5% do pergaminho.
Desafio inicial
No ano passado, Luke Farritor, de 21 anos, estudante de Computação de Nebraska-Lincoln, Estados Unidos, desenvolveu um algoritmo utilizando IA.
Com o método, ele conseguiu decifrar a primeira letra grega do papiro.
A primeira identificada era ‘roxo’. O papiro estava sem condições de ler desde uma erupção vulcânica na cidade romana de Herculano.
Assim, Luke ganhou o prêmio inicial da Vesuvius Challenge, mas ele queria mais.
Esforços conjuntos
Para a grande final, Luke se juntou a outros dois amigos. Youssef Nader, estudante de doutorado em Berlim, e Julian Schilliger, estudante suíço de robótica, completaram o trio.
Os três uniram um pouquinho do conhecimento de cada um e o resultado foi incrível.
Segundo os organizadores da competição, o pergaminho decifrado pelos três, provavelmente, é do filósofo Filodemo.
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Grande final
Agora, mais preparados, eles continuaram a usar a técnica e enviaram a descoberta para concorrer ao prêmio máximo, de 700 mil dólares (próximo de R$ 3,48 milhões).
A submissão dos três envolveu resultados de três arquiteturas de modelos diferentes. Cada um apoiava as descobertas das outras.
“Além da detecção de tinta incomparável, o trabalho vencedor continha a abordagem de segmentação automática mais forte que vimos até agora”, disse a organizadora do evento em comunicado.
O tema do pergaminho também foi apresentado.
“O tema geral do texto é o prazer, que, bem compreendido, é o bem maior na filosofia epicurista. Nestes dois trechos de duas colunas consecutivas do pergaminho, o autor se preocupa em saber se e como a disponibilidade de bens, como alimentos, pode afetar o prazer que eles proporcionam”, disseram em comunicado.
Com informações de Scroll Prize.