Olha que vontade de aprender! Depois de terminar cinco graduações, essa idosa de 90 anos acaba de começar a sexta: vai estudar Jornalismo.
Dorothi Lira da Silva, de Olinda, Pernambuco, é um exemplo para quem acha que é tarde para começar. Quando jovem, ela não conseguiu terminar os estudos, mas depois de adulta voltou com tudo.
Matriculada na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Dorothi usa os estudos como incentivo para se manter ativa. “Eu gosto do campo acadêmico, faço para não ficar parada. Estudar é uma motivação para mim”, contou.
Interrompeu estudos
Dorothi nasceu em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife.
Ela aprendeu a ler em casa com a ajuda da mãe. Assim que concluiu os estudos básicos, saiu da escola devido ao medo do pai da tuberculose, que rondava a região.
Como não pôde cursar o ensino médico, Dorothi começou a trabalhar cedo, quando ainda tinha 13 anos.
O desejo de estudar nunca tinha morrido e duas décadas depois, ela conseguiu realizar o sonho.
Voltando para sala de aula
Depois de casada e com três filhos, a pernambucana retomou os estudos.
“Eu falei para o meu marido que ia estudar e ele dizia que não tinha necessidade, mas fui mesmo assim”, disse.
O primeiro curso finalizado foi Pedagogia.
O ótimo desempenho como professora levou Dorothi a finalizar outras três formações: Ensino Religioso, Ciências Físicas e Biológicas e Matemática e Direito. Olha ela!
“Vá atrás!”
Um dos momentos mais importantes foi o início da relação do Ensino Religioso com o aprendizado.
“Um dia a Secretaria da Educação definiu que era preciso ter uma responsável pelo ensino religioso. Foi aí que minha superior me chamou e disse: ‘Ninguém quer, a única pessoa da igreja é você’.
Quando disse que não tinha formação na área, a resposta da superior a incentivou: ‘Vai atrás’. E eu fui”, lembrou a professora.
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Sonho do jornalismo
Dorothi tinha o sonho de concluir jornalismo e a falta do curso em uma instituição próxima de casa, a fez se matricular em direito, graduação que concluiu ano passado.
Mas mesmo conquistando o diploma, ela não desistiu da opção do coração.
“Enquanto eu ainda estava na faculdade, eu ouvia os professores falando o tempo todo: ‘Escreva, escreva, escreva’. Mas eu ainda não me achava pronta para isso. Foi aí que decidi que ia sim, fazer jornalismo”.
E ela foi atrás! Começou o curso de comunicação e a idade não atrapalha em nada, disse a estudante idosa:
“A turma tem 18 alunos, o mais novo tem 17 anos. Eles me ajudam o tempo todo, vivem querendo me ajudar a carregar a bolsa, a subir no elevador, me ajudam em tudo. Os professores também são muito atenciosos comigo, todos mais novos”, disse muito animada.
Assim como ela teve acesso, o desejo da idosa é que as crianças do futuro possam conseguir uma educação de qualidade.
“Eu quero que as crianças possam estudar e aprender o que precisam, que esse ensino seja de qualidade e atenda a todos”, finalizou Dorothi.
Que exemplo!
Com informações de Folha Pernambuco.