Uma vacina contra o câncer de pâncreas está cada dia mais perto de se tornar real. Cientistas envolvids nesse projeto histórico e inédito, comemoraram os resultados obtidos por um tratamento durante as fases de testes.
A abordagem experimental envolveu imunização baseada em RNA, fazendo com que o sistema imunológico do paciente reconheça a doença como algo estranho, atacando diretamente as células cancerígenas.
Os resultados foram positivos e mostram que, por um período de até três anos após a imunização, a resposta imunológica das células de defesa ainda continuava ativa nos pacientes.
Tecnologia mRNA
Segundo o Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSK), em Nova Iorque, em colaboração com as empresas BioNTech e Genentech, a vacina tem semelhanças com a do Covid.
A tecnologia é a mesma empregada contra o vírus que causou a última pandemia.
“Esta vacina experimental de mRNA pode desencadear células T – as células que mobilizam respostas imunes anti tumorais – que podem reconhecer cânceres de pâncreas como estranhos”, disse Vinod Balachandran, cirurgião-cientista de câncer de pâncreas do MSK.
Os pesquisadores identificaram moléculas no tumor dos pacientes, e o antígeno foi desenvolvido a partir delas.
O método se assemelha a um treinamento, onde o sistema imunológico do doente é ensinado a reconhecer e atacar diretamente células do tumor.
Primeiros resultados
O primeiro estudo clínico envolveu 16 pacientes. Os resultados foram apresentados no encontro anual da Associação Americana para Pesquisa em Câncer, na Califórnia.
Todos os doentes tinham um tipo muito agressivo de tumor no pâncreas.
Ao final da primeira fase, 8 deles tiveram uma resposta imune, onde as células de defesa conseguiram impedir o avanço do câncer em 18 meses.
Já aqueles que não fizeram o uso da vacina, apresentaram reincidência em 13 meses.
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2° fase
Os cientistas já iniciaram um segundo ensaio clínico, agora com um grupo maior de pacientes.
As vacinas serão feitas sob medida para cada um dos pacientes e administradas duas vezes.
Além disso, os doentes também vão fazer uso de um medicamento, imunoterapia e quimioterapia.
“Considerando os dados positivos do nosso estudo de fase 1, estamos entusiasmados em avaliar vacinas candidatas individualizadas de mRNA contra o câncer em mais pacientes com câncer de pâncreas”, finalizou Vinod.
Com informações de Memorial Sloan Kettering Cancer Center.