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DNA descoberto pode trazer de volta tigre extinto há 16 anos
20 de abril de 2024
- Karen Belém
Foto de um tigre-de-java vivo foi tirada em 1938 em Ujung Kulon. O animal foi oficialmente considerado extinto em 2008. - Foto: Andries Hoogerwerf/Wikimedia Commons
Foto de um tigre-de-java vivo foi tirada em 1938 em Ujung Kulon. O animal foi oficialmente considerado extinto em 2008. - Foto: Andries Hoogerwerf/Wikimedia Commons

Um fio de pelo com DNA descoberto pode trazer de volta um tigre considerado extinto há 16 anos. A descoberta de cientistas da Agência Nacional de Pesquisa e Inovação (BRIN) da Indonésia, foi uma das reportagens mais lidas da semana.

A análise  do DNA do tigre-de-java (Panthera tigris sondaica), traz esperança de que a espécie ainda possa estar presente na natureza, já que os pesquisadores encontraram pegadas, marcas de garras e moradores também afirmaram ter visto o animal.

Na descoberta, documentada na revista Oryx, os cientistas conta que agora pretendem instalar armadilhas fotográficas, realizar mais pesquisas e testes, além de coletar outras informações da comunidade para confirmar o achado.

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Acharam o pelo em uma cerca 

Nativo da Indonésia, acredita-se que o tigre-de-java foi extinto na década de 1980, mas só foi oficialmente declarado em 2008. Um dos principais causadores foi a caça ilegal e a perda de habitat em Java.

Ripi Yanuar Fajar foi um dos moradores que viram o animal. Ele estava com quatro amigos quando encontraram um grande felino vagando por uma plantação em Sukabumi, província de Java Ocidental.

O homem imediatamente foi avisar Kalih Raksasewu, um investigador da BRIN.

Depois de 10 dias, Kalih visitou o local onde Ripi e os amigos estavam e lá encontrou o fio preso na cerca de uma plantação.

“Eu queria enfatizar que não se tratava apenas de encontrar um fio de cabelo, mas de um encontro com o tigre de Java, no qual cinco pessoas o viram”, disse Kalih.

Resultado da análise 

A análise de DNA comparou a amostra de pelo com material de um tigre-de-java coletado em 1930 que estava guardado no Museu Zoologicum Bogoriense, em Bogor, na Indonésia.

Material de outras subespécies de tigres e do leopardo-de-java (Panthera pardus melas) também foram analisados.

O estudo observou que o suposto pelo de tigre tinha uma semelhança de sequência de 97,06% com os tigres de Sumatra, 96,87% com os tigres de Bengala e 97,8% com o tigre de Javan.

“As árvores filogenéticas mostraram que a amostra de pelo do suposto tigre-de-java pertence ao mesmo grupo que o espécime de museu do tigre, mas é diferenciado de outras subespécies de tigres e do leopardo-de-java”, disseram os pesquisadores.

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16 anos extinto 

Muhammad Ali Imron, chefe do Programa de Florestas e Vida Selvagem do WWF Indonésia, disse à AFP que apreciava os esforços dos pesquisadores, mas que as amostras de cabelo eram “muito limitadas” e precisavam ser confirmadas com mais material e outros métodos de testes genéticos.

Ele também expressou preocupação com o fato de as descobertas terem sido divulgadas devido ao “risco” de alertar os caçadores.

Descobertas devem ser levadas a sério 

Rumores de avistamentos de tigre-de-java foram relatados principalmente por moradores locais ao longo dos anos, com o de maior repercussão em 2017. Logo descobriram que a criatura era um leopardo de Javan.

As expedições de pesquisa desde a década de 1990 também não conseguiram provar a continuação da existência do tigre.

Didik Raharyono, um especialista em tigre-de-java que não esteve envolvido no estudo, mas conduziu expedições voluntárias desde 1997, disse que o número de avistamentos anteriores relatados, juntamente com as novas descobertas científicas, devem ser levados a sério.

“Se, por exemplo, for comprovado que ainda existe, certamente se tornará um animal protegido. É obrigação de todas as partes, inclusive da sociedade, participar da preservação de sua população”, explicou Satyawan Pudyatmoko, chefe de conservação do Ministério do Meio Ambiente e Florestas.

Fio de cabelo do suposto tigre de Java coletado pelos pesquisadores. - Foto: Agência Nacional de Pesquisa e Inovação da Indonésia.
Fio de cabelo do suposto tigre de Java coletado pelos pesquisadores. – Foto: Agência Nacional de Pesquisa e Inovação da Indonésia.
 Pele de tigre-de-java de 1930 que está armazenada no Museu Zoológico de Bogor, em Java Ocidental. - Foto: Rahmadi Rahmad/Mongabay Indonésia
Pele de um tigre-de-java de 1930 que está armazenada no Museu Zoológico de Bogor, em Java Ocidental. – Foto: Rahmadi Rahmad/Mongabay Indonésia
Crânio de um tigre-de-java. - Foto: Rahmadi Rahmad/Mongabay Indonésia
Crânio de um tigre-de-java. – Foto: Rahmadi Rahmad/Mongabay Indonésia

Com informações do Mongabay e Phys Org

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