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Tratamento menos agressivo é criado para crianças e jovens com câncer; terapia é feita em casa
2 de maio de 2024
- Vitor Guerras
O tratamento menos agressivo contra o câncer combina pílulas com uma solução oral. Foto: Dmytro Zinkevych/Alamy.
O tratamento menos agressivo contra o câncer combina pílulas com uma solução oral. Foto: Dmytro Zinkevych/Alamy.

Promissor, esse novo tratamento é bem menos agressivo na hora de lidar com o câncer cerebral em jovens em crianças. Diferente da quimioterapia, o remédio apresentou pouquíssimos efeitos colaterais.

O dabrafenib com trametinibe interrompeu o crescimento de tumores três vezes mais do que a quimio. Juntos, eles bloqueiam o sinal da proteína BRAF, responsável pelo crescimento incontrolável do tumor. E as notícias boas não param, o tratamento pode ser realizado em casa!

“É um avanço significativo no tratamento que se mostrou mais fácil de tomar do que a quimioterapia e muito eficaz no bloqueio do crescimento da doença, ajudando as crianças a ter uma melhor qualidade de vida por mais tempo”, disse Peter Johnson, diretor clínico nacional para o câncer do NHS, na Inglaterra. No Brasil, a combinação já é usada no tratamento do melanoma.

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Gliomas em crianças

Os gliomas são o tipo mais comum de câncer cerebral em crianças. Agressivos, muitas das vezes são tratados com quimioterapia.

A quimioterapia traz vários efeitos colaterais como risco, como perda de peso, convulsões e dores de cabeça.

Além disso, esse processo é realizado dentro de hospitais preparados. Assim, as crianças ficam por muito tempo dentro desses lugares, o que pode ocasionar cansaço e estresse.

Mas isso parece que está prestes a mudar, graças à ciência!

Menos agressivo e mais efetivo

A terapia com dabrafenib e trametinibe ganhou sinal verde pela agência sanitária da Inglaterra e isso pode abrir caminhos para outros países.

O tratamento ficará disponível para pessoas de um a 17 anos, com gliomas de baixo ou alto grau e que apresentam a mutação BRAF V600 E.

Em ensaios clínicos, os resultados surpreenderam. Combinados, os dois medicamentos mostraram ter menos efeitos secundários do que a quimioterapia.

Além disso, os fármacos estancaram o crescimento de gliomas de baixo grau durante dois anos (24,9 meses) em média. O número representa três vezes mais tempo do que a quimioterapia padrão (7,2).

“É um avanço significativo no tratamento que se mostrou mais fácil de tomar do que a quimioterapia e muito eficaz no bloqueio do crescimento da doença, ajudando as crianças a ter uma melhor qualidade de vida por mais tempo”, disse Peter Johnson, diretor clínico nacional para o câncer do NHS.

Terapia em casa

Se tratando de crianças, o tempo gasto em hospitais representa um tempo perdido para atividades lúdicas.

Nesse sentido, a terapia com os dois medicamentos também sai na frente.

“Também pode ser tomado em casa, o que significa que crianças e adolescentes podem passar menos tempo no hospital em tratamento e mais tempo com os seus entes queridos e fazendo coisas que gostam”, disse o professor Peter.

Segundo Michele Afif, diretora executiva da Brain Tumor Charity, o tratamento traz alívio.

“Estamos muito satisfeitos que Nice tenha aprovado o primeiro novo tratamento para tumores cerebrais pediátricos em décadas. […] é de enorme importância para eles (os pacientes) e para os seus entes queridos e representa um progresso real”.

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E no Brasil?

Em 2016 a Anvisa aprovou o uso da combinação entre trametinibe e dabrafenib no tratamento de pacientes com melanoma irressecável ou metastático com a mutação BRAF V600.

A nota oficial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária traz como evidências científicas, diversos estudos realizados no âmbito acadêmico e laboratorial.

Anos depois, em 2019, a Anvisa atualizou o rol de medicamentos e recomendou a incorporação do dabrafenibe em combinação trametinibe e ampliou o uso do medicamento para outros tipos de melanoma.

Estudos mostraram que o tratamento produziu bem menos efeitos colaterais. Foto: Dmytro Zinkevych/Alamy.
Estudos mostraram que o tratamento produziu bem menos efeitos colaterais. Foto: Dmytro Zinkevych/Alamy.

Com informações de The Guardian.

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