O estudante Pedro Paulo, do Maranhão (MA), foi selecionado para participar da maior feira de ciências do mundo. Ele pesquisou o combate às doenças tropicais!
Com apenas 16 anos, o estudante de Imperatriz, começou a desenvolver a pesquisa em 2022, quando cursava o 9º ano do ensino fundamental. Agora, 2 anos depois, ele colhe resultados incríveis.
De malas prontas para Los Angeles, nos Estados Unidos, para participar do Regeneron International Science and Engineering Fair (ISEF), Paulo foi um dos 18 trabalhos selecionados em todo o Brasil. Ao todo, foram mais de 6.1000 inscritos!
Pesquisou planta típica
O objeto de estudo do adolescente, que faz parte do programa Cientista Aprendiz da Universidade Estadual da Região Tocantina do MA (Uemasul), é a planta Solanum viarum Dunal, também conhecida como Juá Bravo.
“Analisamos os princípios ativos encontrados na folha do Juá Bravo, com o intuito de produzir um biolarvicida que consegue matar e modificar geneticamente as larvas dos mosquitos Aedes aegypti”, contou o jovem pesquisador.
Para tal, Pedro teve ajuda do professor de Ciências Biológicas da Uemasul, Zilmar Timóteo Soares. Os resultados encontrados pelos dois, são super promissores.
“As larvas, que se transformam em fêmeas, todas morreram após a aplicação do larvicida [desenvolvido na pesquisa] e 70% das larvas que se transformam em mosquitos machos sofrem degeneração. O restante se transformam em mosquitos com dimorfismo sexual, ou seja, se tornaram estéreis”, contou o docente.
Vai para os EUA
O jovem Paulo sempre gostou de ciência e acumula participações em feiras e eventos científicos.
O maior da carreira, até então, veio com um convite para os Estados Unidos. A participação em uma feira gigante, a mais importante do mundo internacional, coroa o espírito científico de Paulo.
“Espero que esta participação na Regeneron ISEF – maior feira de ciências e engenharia do mundo – seja enriquecedora, tanto no âmbito intelectual como no pessoal. Que possa fortalecer minha aptidão pela pesquisa e abrir portas de oportunidades e conhecimentos”, comemorou.
Para o professor orientador, a participação do garoto na ISEF é a oportunidade do país mostrar como pode ser um grande protagonista para o avanço científico e tecnológico do mundo.
“O que esperamos é o reconhecimento pelo trabalho que desenvolvemos com ética, seriedade obedecendo todos os protocolos nacionais e internacionais. Mostrar que, no Brasil, desenvolvemos pesquisas desde as séries iniciais e quem sabe trazer um prêmio para o Maranhão”.
Agora, o menino vai concorrer com outros grandes nomes da ciência mundial. Bora Paulo, vamos trazer esse prêmio pra casa!
Importância da pesquisa
E a relevância da pesquisa de Paulo é tamanha, que pode ajudar a salvar vidas. No Maranhã, já são 4 casos de mortes confirmadas por dengue em 2024 e um por chikungunya.
Os números pioram em todo o Brasil, que já contabiliza 2.246 mortes por dengue, segundo o Painel de Controle de Arboviroses do Ministérios da Saúde.
Diante desse cenário foi que Paulo teve a motivação de iniciar os estudos na área. “[O que me motivou foi] a realidade observada em minha região, sul maranhense, além de estados e países de clima tropical, onde pessoas são vítimas e ainda morrem de dengue, Zika, febre amarela, Chikungunya e malária”, contou.
O orientador do garoto, explica que a pesquisa dos dois tem um alto cunho social. “Essa pesquisa traz grande relevância para o Maranhão, já que desenvolvemos um produto natural de baixo custo que pode ajudar, principalmente, as pessoas mais vulneráveis”.
Leia mais notícia boa
- Estudante maranhense vira embaixador mirim de programa científico federal
- Estudantes brasileiros vencem desafio da Nasa e vão para os EUA
- Estudante PCD, aprovado em Medicina na UnB, estudou pelo Youtube: “venci”
O futuro
E Paulo já tem planos para o futuro. Assim que a pesquisa ficar pronta, ele pretende patentear.
Para ele, o larvicida tem o potencial para modificar o combate ao Aedes aegypti no Brasil.
“Em uma perspectiva de curto prazo, pretendo melhorar e aperfeiçoar este projeto que estamos trabalhando há quase 2 anos, a fim de patentear e comercializar o produto final, que acredito fará a diferença para preservar a saúde e a vida das populações que sofrem vítimas de doenças tropicais”, concluiu.
Com informações de G1.