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Pesquisadores desvendam potencial “cura” para Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
15 de maio de 2024
- Karen Belém
Avanços na pesquisa sobre a ELA apontam potencial de cura para a doença através da interação entre duas proteínas presentes nas células nervosas afetadas pela condição. - Foto: Getty Images
Avanços na pesquisa sobre a ELA apontam potencial de cura para a doença através da interação entre duas proteínas presentes nas células nervosas afetadas pela condição. - Foto: Getty Images

Uma nova pesquisa, conduzida pela Universidade de Western Ontario, no Canadá, descobriu um caminho promissor para uma potencial “cura” para a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) – mesma condição que o gênio Stephen Hawking tinha.

A descoberta, publicada na revista Brain, identificou que direcionar uma interação entre duas proteínas presentes nas células nervosas afetadas pela ELA pode interromper ou até reverter completamente a progressão da doença.

“Como médico, tem sido muito importante para mim poder me sentar com um paciente ou com a sua família e dizer-lhes: ‘estamos tentando parar esta doença’”, disse Michael Strong, líder da pesquisa que estuda ELA desde a década de 1980.

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Testes em moscas e camundongos 

Os resultados animadores foram confirmados em testes com moscas-das-frutas e camundongos geneticamente modificados para ter ELA.

Os animais viveram mais tempo, se moveram melhor e as células nervosas foram protegidas do dano.

“Foram 30 anos de trabalho para chegar até aqui; 30 anos cuidando de famílias, pacientes e seus entes queridos, quando tudo o que tínhamos era esperança. Isso nos dá motivos para acreditar que descobrimos um caminho para o tratamento”, celebrou Strong em comunicado.

Mais sobre a descoberta 

Em praticamente todos os pacientes com ELA, uma proteína chamada TDP-43 é responsável pela formação de aglomerados anormais dentro das células, o que causa a morte celular.

Nos últimos anos, a equipe de Michael descobriu uma segunda proteína, chamada RGNEF, que atua de forma oposta à TDP-43.

Neste último estudo, os pesquisadores identificaram um fragmento específico da proteína RGNEF, conhecido como NF242, capaz de neutralizar os efeitos tóxicos da proteína causadora da ELA.

Quando essas duas proteínas interagem, a toxicidade é eliminada, o que resulta em uma redução significativa dos danos e da morte das células nervosas.

Pode ajudar outras condições 

Embora ainda haja muito a ser feito, a comunidade científica está otimista com os avanços alcançados até o momento.

“É importante ressaltar que essa interação pode ser a chave para desbloquear um tratamento não apenas para ELA, mas também para outras condições neurológicas relacionadas, como a demência frontotemporal”, disse Strong.

“É uma virada de jogo”, completou o médico.

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O que é a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)? 

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta as células nervosas responsáveis pelo controle dos músculos voluntários.

Com o tempo, esses nervos vão ficando fracos e param de funcionar, o que causa fraqueza, encolhimento muscular e, eventualmente, paralisia.

A ELA pode afetar diferentes partes do sistema nervoso, tanto no cérebro quanto na medula espinhal. Isso pode causar diversos sintomas, como dificuldade para falar, engolir, respirar e controlar os movimentos dos músculos.

Atualmente, não há cura para a ELA. Os tratamentos disponíveis conseguem ajudar a controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e retardar o avanço da doença.

Mas com esse novo estudo o cenário pode mudar. O novo tratamento deverá passar por ensaios clínicos dentro de três a cinco anos.

Confira a publicação da pesquisa aqui.

Stephen Hawking foi diagnosticado como portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA) - Kommunikáció/Flickr
Stephen Hawking foi diagnosticado como portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA) – Kommunikáció/Flickr
O médico-cientista Michael Strong dedica a carreira para encontrar uma cura para a ELA. - Foto: Allan Lewis/Schulich School of Medicine & Dentistry
O médico-cientista Michael Strong dedica a carreira para encontrar uma cura para a ELA. – Foto: Allan Lewis/Schulich School of Medicine & Dentistry
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