Esta jovem, de apenas 16 anos, criou uma técnica para tornar os implantes médicos mais compatíveis e menos invasivos. A descoberta que rendeu um prêmio pode resolver os problemas que costumam prejudicar o funcionamento desses aparelhos no corpo.
A tecnologia pode ser usada para implantar dispositivos bioeletrônicos capazes de monitorar os batimentos cardíacos, níveis de açúcar no sangue ou até mesmo o teor de álcool.
Isso ajudaria no diagnóstico e tratamento de doenças como diabetes, além de ajudar pessoas com condições autoimunes ou epilepsia, por exemplo.
A estudante usou sal
A jovem Grace Sun, de Lexington, nos Estados Unidos, focou em aprimorar as habilidades dos transistores eletroquímicos orgânicos, conhecidos como OECTs.
Feitos de silício, eles são macios e flexíveis, e apresentam a possibilidade de implantes mais complexos para uso no cérebro ou no coração.
Poderiam substituir, por exemplo, implantes mais invasivos, como o marca-passo.
E mais: a inovação é simples e barata: ela adicionou sal ao polímero usado no dispositivo. Isso altera a estrutura molecular e as propriedades do polímero.
Os testes
Grace testou quatro tipos diferentes de sais como possíveis aditivos. Um deles, chamado TBACl (abreviação de cloreto de tetrabutilamônio), teve os melhores resultados.
Essa mistura não só fez com que o dispositivo amplificasse melhor os sinais, mas também o tornou mais estável no corpo humano.
Na verdade, a capacidade do transistor de aumentar o sinal cresceu 97%.
Além disso, comparado com uma versão do dispositivo sem tratamento, a adição do sal aumentou a capacidade de armazenar carga elétrica em 107% e melhorou a capacidade do sinal elétrico de se mover em 77%.
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Projeto número um
Com essa descoberta, Grace conquistou o principal prêmio na Regeneron ISEF de 2024, a maior e mais prestigiada feira de ciências dos EUA.
A jovem recebeu quase R$ 390 mil reais e foi reconhecida entre 2.000 estudantes do país, além dos melhores estudantes STEM do mundo, por ter realizado o “projeto número um”.
Agora, Grace planeja expandir ainda mais os OECTs, com a esperança de iniciar um negócio em um futuro próximo.
Ela quer difundir essa tecnologia pelo mundo e impactar as pessoas o mais rápido possível.
Esses dispositivos ainda não estão à venda
Os pesquisadores vêm desenvolvendo esses dispositivos bioeletrônicos há muitos anos, mas nenhum está à venda ainda.
“Isso se deve aos atuais problemas de desempenho”, diz Grace.
Eles se mostraram instáveis no corpo e lentos na movimentação de sinais elétricos.
Mas a invenção da adolescente promete ser um passo a frente.