Esse artista com Down virou exemplo de superação e tem obras super concorridas em galerias. Através da arte, ele superou a regressão e mostrou que nada é impossível!
Charlie French vive no Colorado, Estados Unidos, e aos 16 anos apresentou um quadro comum em pessoas com Down, a regressão. A condição se caracteriza por alterações no funcionamento cognitivo e adaptativo da pessoa, impactando funções motoras e habilidades sociais.
Aos 16 anos, Charlie já nem saia da cama direito e parou até de comer. Mas ele começou a pintar e o que era hobby virou profissão. As aulas de pintura mudaram completamente a vida do rapaz e hoje, ele se tornou um artista profissional!
Sintomas de regressão
O baque foi grande para a família do menino quando ele apresentou os primeiros sintomas de regressão.
“Ele começou a mudar quando tinha 16 anos. Parou de falar, de levantar da cama e pouco tempo depois estava até alucinando e perdeu todas as habilidades sociais”, contou Kiki French, mãe do jovem.
Sem saber muito que fazer, ela levou o garoto para um congresso de acessibilidade e chegando lá, descobriu uma mesa com um doutor. O tema era mais que especial, a regressão em pessoas com Síndrome de Down.
Imediatamente, ao final da palestra, Charlie e a mãe fizeram contato com o médico, que os atende até hoje.
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Mudança aos 20 anos
O tratamento inicial foi fazendo efeito e, aos 20 anos, Charlie se estabilizou e veio com um pedido curioso para a família: “Quero fazer aulas de artes”, disse o garoto.
Ele começou a fazer pinturas em casa e os pais tinham entendido que seria apenas um novo hobby do menino. Mas ele sabia muito bem o que queria!
“Eu sou um artista e essa é minha profissão”, disse Charlie para a mãe. A partir daí, a proporção da coisa ficou bem maior.
Mistura de cores
E Charlie é um artista super conceitual, que coloca todos os sentimentos internos nas obras.
Durante o período de regressão, quando não estava bem, as cores usadas pelo artista eram sempre terrosas e escuras.
À medida que foi se sentindo melhor, o colorido apareceu e o momento foi emocionante!
“Um dia ele usou o amarelo e disse ‘É isso’. Eu olhei e falei ‘tem cor, filho’ e ele respondeu “Sim, agora tem cor”, disse Kiki muito emocionada.
Obras autorais
Tudo de Charlie é autoral e ele adora brincar com mistura de cores e formas geométricas.
“Gosto de cores e formas. Às vezes eu pinto muito. Às vezes não. Não penso nisso. Eu me divirto pintando”, contou o garoto.
Ele, que adora passar o tempo no estúdio, sempre observa tudo à sua volta e a qualquer momento, um objeto pode virar inspiração para uma das obras.
“Shh.. Você consegue ouvir a água” é um dos quadros do artista e reflete muito bem a sua maneira de pintar.
“Eu estava trabalhando na minha forma favorita: o quadrado. Meu estúdio fica perto da piscina e o bebedouro estava ligado. Ouvi a fonte da piscina enquanto pintava. Eu estava feliz e relaxo. Foi divertido; eu amo minha piscina.
Inspiração para outros
O rapaz usa todo o sucesso que tem para inspirar outros e quebrar preconceitos.
“O foco está em acabar com os estereótipos e mudar as suposições sobre o que os indivíduos com síndrome de Down podem fazer. Consegui me tornar um artista profissional há mais de 7 anos”, disse.
Com quadros espalhados por vários espaços corporativos, galerias e coleções particulares ao redor do mundo, Charlie tem um conselho.
“Meu melhor conselho é que você deveria tentar. Fala o que te deixa feliz, não tenha medo, apenas faça”, concluiu.
Veja algumas obras de Charlie:
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Com informações de ABC News.