Uma pesquisa respondeu aquela “pergunta do milhão” para quem quer viver mais: qual o segredo da longevidade? Foram 3 décadas estudando amostras de sangue de 44 mil idosos com mais de 100 anos e o resultado foi compartilhado em um artigo completo e revelador.
O estudo, conduzido por cientistas suecos e publicado na revista científica GeroScience, identificou biomarcadores específicos, como níveis de colesterol e glicose, que podem estar associados a uma vida excepcionalmente longa.
Os pesquisadores analisaram doze biomarcadores sanguíneos relacionados à inflamação, metabolismo, função hepática e renal, além de indicadores de nutrição e anemia. Eles descobriram que aqueles que atingiram a marca dos 100 anos tendiam a apresentar níveis mais baixos de glicose, creatinina e ácido úrico a partir dos 60 anos de idade.
A pesquisa
Os cientistas acompanharam os participantes ao longo de até 35 anos, permitindo uma análise detalhada e abrangente dos fatores que contribuem para a longevidade. A maioria dos centenários incluídos no estudo era mulher, representando 85% do total.
Os participantes tinham idades iniciais entre 64 e 99 anos. Dos 44 mil, 1.224 pessoas (2,7%) chegaram aos 100 anos.
O artigo foi publicado em outubro de 2023, mas agora em 2024, novas perspectivas e resultados foram acrescidos. Com nove páginas a mais, o estudo se tornou o maior já realizado, comparando perfis de biomarcadores entre centenários e indivíduos de vida mais curta.
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Resultados da pesquisa
A pesquisa destacou a importância da saúde metabólica e nutrição na promoção da longevidade, sugerindo que esses fatores, juntamente com a predisposição genética, desempenham um papel crucial na determinação de uma vida longa e saudável.
Os resultados indicaram que os centenários apresentavam níveis mais baixos de glicose, creatinina e ácido úrico desde os 60 anos.
Embora as diferenças nos valores medianos dos biomarcadores entre centenários e não centenários não tenham sido grandes, os centenários raramente exibiram valores extremamente altos ou baixos.
Por exemplo, poucos centenários tinham níveis de glicose acima de 6,5 ou creatinina acima de 125. Além disso, descobriu-se que os níveis de colesterol total e ferro também estavam ligados à probabilidade de alcançar os 100 anos.
Quais as perspectivas
O objetivo principal da pesquisa foi identificar biomarcadores que possam prever a longevidade, fornecendo insights sobre como viver uma vida mais longa e saudável.
Embora o estudo não determine conclusivamente quais fatores de estilo de vida ou genes são responsáveis pelos valores dos biomarcadores, ele sugere que a saúde metabólica, a nutrição e possivelmente a ingestão de álcool desempenham papéis importantes.
Monitorar biomarcadores como glicose, creatinina e ácido úrico à medida que envelhecemos pode ser uma estratégia eficaz para promover a longevidade.
As descobertas também indicam que, além dos fatores genéticos e de estilo de vida, o acaso pode ter um papel em alcançar uma idade excepcionalmente avançada.
Com isso, os pesquisadores acreditam que o surgimento de tratamentos para a saúde da terceira idade possam se beneficiar com essas informações.