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Professora cria oficina de crochê para tirar alunos do celular; reduz ansiedade
6 de julho de 2024
- Renata Dias
Crianças e adolescentes trocam celular por crochê em projeto social no Ceará. Foto: Diário do Nordeste
Crianças e adolescentes trocam celular por crochê em projeto social no Ceará. Foto: Diário do Nordeste

O velho hábito das crianças e dos adolescentes com o celular a todo momento cede espaço para horas de crochê graças a um projeto Entrelinha da professora Vanuza Xavier. Os resultados vão desde peças lindíssimas aos ganhos mil para os alunos que passaram a ter mais concentração e criatividade, aumentaram o desempenho escolar e reduziram a ansiedade.

A ideia nasceu na escola pública Napoleão Neves da Luz, no município de Jardim, na região do Cariri, no Ceará. Ao menos três vezes por semana, a turma participa de oficinas de crochê com muita cor e muito capricho.  Nesses  momentos dedicados ao crochê, o celular fica adormecido sobre a mesa, na bolsa ou no bolso.

O próximo passo? Organizar uma exposição com direito à exibição das belas peças de arte que são cuidadosamente preparadas pelas crianças e pelos adolescentes. Algumas peças já estão prontas: são roupinhas de Barbie. Lindas.

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Inspiração artística

A inspiração para muitos adolescentes e crianças vem da cantora Marisa Monte. Ela ama passar o tempo fazendo tricô e crochê. Uma disse que devia essa paixão a uma professora muito querida.

  • Para os adolescentes e crianças que se dedicam ao crochê em lugar ao celular, outros estímulos são:
  • Incentivo ao foco e a atenção;
  • Aumento do desempenho escola;
  • Mais criatividade;
  • Possibilidade de renda extra;
  • Menos ansiedade;
  • Redução de tempo na frente da telinha do celular.

Projeto social

O projeto social desenvolvido no colégio se a chama Entrelinha e surgiu a partir do conceito das melhorias na saúde mental e, consequentemente, os outros impactos.

Idealizado pela professora Vanuza Xavier, o projeto entrelinha são aulas de crochê que acontecem três vezes na semana no horário do almoço. A orientação é das professoras Vanuza e Ana Veronica, ambas professoras da base técnica.

Os estudantes inscritos no projeto recebem um kit básico (1 agulha de crochê, 1 novelo de linha) para iniciar o curso.

As turmas são divididas segundo ao nível de conhecimento em crochê (iniciante, intermediário e avançado), com um total de uma aula para cada nível semanalmente.

Há no momento 150 alunos de todas as turmas frequentando as aulas.

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Resultados do projeto

O diretor da escola, Romeu dos Santos Sousa, é só elogios.

“A frequência melhorou. As pessoas se sentem bem aqui. Melhoraram rendimentos em matemática, português, porque o projeto tornou a escola mais acolhedora”, disse ele ao Diário do Nordeste.

A aluna Mariana Leite concorda com os benefícios descritos pelo diretor. “Eu passei muito menos tempo no celular. Porque fico ali entretida fazendo a peça.”

Dona Martínia, mãe da menina, disse que a filha mudou para melhor. “Mais criativa, mais produtiva, conversa melhor. Eu acredito muito em projetos sociais dentro das escolas. Porque você está lidando com pessoas. E, a partir do momento em que você interage, isso desperta.”

Jânio Coelho, psicólogo e voluntário no projeto, também só faz elogios.

“Os benefícios da própria concentração em fazer os pontos. As pessoas conseguem se concentrar ali, vão se acalmando, relaxando, diminuindo a ansiedade. Isso traz benefícios para a saúde mental.”

Crianças e adolescentes trocam celular por crochê em projeto social em Cariri, no Ceará. Foto: Diário do Nordeste
Crianças e adolescentes trocam celular por crochê em projeto social em Cariri, no Ceará. Foto: Diário do Nordeste

 

Veja o vídeo sobre o projeto social Entrelinha:

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