Consumo de açúcar por crianças cai pela metade após aumento de imposto no Reino Unido
O consumo de açúcar por crianças no Reino Unido caiu bastante depois de um polêmico imposto que aumentou o preço de bebidas açucaradas. O Brasil caminha para algo parecido com a nova Reforma Tributária!
Antes da iniciativa, os pequenos consumiam 4,8 gramas a mais de açúcar por dia. A maior parte da queda se deve à menor ingestão de açúcar dos refrigerantes. A redução desse ingrediente, por meio da bebida, foi de 3 g diária.
Desde 2018, as empresas de refrigerantes são obrigadas a pagar uma taxa sobre bebidas com alta adição de açúcar. Sucos de frutas e leite estão isentos. Os dados são de um estudo realizado com 7.999 adultos e 7.656 crianças.
Ingerindo menos açúcar
Especialistas estimam que o imposto sobre o açúcar em refrigerantes reduziu em 12% o número de menores de 18 anos que tiveram um dente removido devido à cárie.
Em adultos, a ingestão reduziu em 10,9 g menor. Exclusivamente sobre o açúcar dos refrigerantes, o consumo diminuiu em 5 g.
O estudo foi publicado no Journal of Epidemiology and Community Health e foi realizado por especialistas da Universidade de Cambridge e da University College London.
O grupo analisou dados de 2008 a 2019 para explorar a tendência do consumo do ingrediente ao longo do tempo.
Leia mais notícia boa
- Veja 10 dicas para reduzir o consumo de sal e açúcar; viva mais e melhor!
- Dieta vegana reduz em 95% calor da menopausa, revela estudo
- Harvard afirma que dieta saudável pode aumentar em 84% chance de velhice com saúde
Calorias diminuem
Uma queda também foi percebida na ingestão de calorias. Segundo os pesquisadores, uma grande dúvida era se as crianças mudariam o consumo para outro tipo de açúcar.
Mas o estudo mostrou que isso não aconteceu. O grupo informou que o consumo de açúcar livre em alimentos, também estava caindo desde 2008.
Imposto do açúcar
Desde 2018 vale o imposto no Reino Unido. Se uma bebida tem entre 5 g e 8 g de açúcar por 100 ml, o imposto é de 18 pence esterlino (na cotação de hoje aproximadamente R$ 1.18).
O imposto aumenta à medida que a quantidade do ingrediente sobe. Se a bebida tiver mais de 8 g por 100 ml, o imposto passa a ser de 24 pence.
Algumas bebidas como a Fanta, Dr Pepper, Vimto e Sprite cortaram a quantidade de açúcar na receita e o preço não precisou ser aumentado.
Já a Coca-Cola e Pepsi se recusaram a reduzir, consequentemente, o preço dessas bebidas é mais alto.
Imposto do pecado no Brasil
O Brasil caminha para um imposto semelhante ao aprovado no Reino Unido. A Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira a regulamentação da Reforma Tributária.
No texto, há a previsão que alguns produtos e serviços tenham uma alíquota maior.
O chamado Imposto Seletivo, ou imposto do pecado, incide sobre atividade ou produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente.
Na lista estão veículos elétricos ou a combustão, exceto caminhões; embarcações e aeronaves, produtos fumígenos, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas, bens minerais e concursos de prognóstico e fantasy sport.
Ultraprocessados ficaram de foram. O texto agora vai para o Senado e deve sofrer alterações. Há uma expectativa de diferentes setores para novos produtos na lista.