Sensacional! Pesquisadores resgataram um ovo no meio do incêndio no Pantanal e dele nasceu o primeiro filhote de arara-azul da temporada na região. O ovinho resistiu ao intenso fogo que atingiu 80% do bioma.
O Instituto Arara Azul, na fazenda Caiman, em Miranda, no Mato Grosso do Sul, comemorou o “milagre”.
“Muito feliz. É o primeiro filhote depois do fogo, um filhote que traz muita esperança pra gente”, afirmou a veterinária Maria Eduarda Monteiro.
Como encontraram
Depois dos incêndios, as araras-azuis voltam aos ninhos para checar os ovos ou mesmo para colocar novos.
Em busca de filhotes e de resgatar as aves, os pesquisadores monitoram os ovos da temporada. Eles sobem nas árvores e examinam as folhagens, os galhos e cada detalhe.
Foi assim que acharam alguns ninhos de pássaros no meio dos escombros. O incrível é que a caixa-ninho estava intocada, por isso a pequena arara-azul sobreviveu.
“Apesar do fogo, e tudo que passou, ele tá bem, com o papo cheio, e os pais estão aqui do lado. Já vou liberar aqui para ela poder vir cuidar do filhote”, disse o assistente de campo Lucas Rocha ao Um So Planeta .
Essa área de proteção e pesquisa, no Pantanal, é considerada a maior do mundo dedicada à espécie.
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Maior seca em 70 anos
Depois dos incêndios, os pesquisadores intensificam o trabalho de alimentar e dar água para as aves porque, o fogo destrói as frutas disponíveis e a água fica escassa.
Neste ano, o Pantanal registrou a maior seca em 70 anos, de acordo com o governo federal.
Infelizmente os incêndios causaram perdas de dois ovos dos 21 que vinham sendo monitorados. Porém, o resgate do filhote foi recebido com imensa alegria pelos cientistas.
Foi o primeiro registrado na temporada reprodutiva de 2024.
Preservação ambiental
A base de Caiman do Instituto Arara Azul funciona desde 1998 numa fazenda. O local é uma área particular com pousadas e reserva permanente.
As araras-azuis fazem parte do espetáculo natural do Pantanal.
Lindas, voam livremente na região. A expectativa de vida delas é de 50 anos.
Até 2014, a arara-azul estava na lista das espécie em extinção, mas graças ao esforço coletivo de ambientalistas e pesquisadores, elas foram retiradas dessa lista e estão voltando aos poucos à natureza.