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Alzheimer: molécula que pode fixar memória perdida é descoberta por brasileiros
8 de outubro de 2024
- Vitor Guerras
Este estudo brasileiro sobre Alzheimer descobriu a molécula que pode ajudar a fixar a memória perdida pelos pacientes. Ele foi realizado por pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro. - Foto: Freepik
Este estudo brasileiro sobre Alzheimer descobriu a molécula que pode ajudar a fixar a memória perdida pelos pacientes. Ele foi realizado por pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro. - Foto: Freepik

Descoberta incrível sobre o Alzheimer! Uma molécula capaz de fixar a memória perdida por pacientes com a doença foi descoberta por cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A molécula, que possibilita que os neurônios possam gravar de novo um aprendizado esquecido com o avanço da doença, chama-se HNK (hidroxinorketamina). Os primeiros testes foram realizados com animais e os resultados são promissores e animadores.

“Se tiver êxito em seres humanos, e acreditamos que há motivos para otimismo para isso, uma droga a base da HNK poderia fazer com que os pacientes não se esquecessem mais coisas básicas, como o nome de parentes e amigos e o endereço da própria casa”, disse Sergio Ferreira, professor titular da UFRJ e um dos autores do estudo, em entrevista ao O Globo.

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Esquecimento no Alzheimer

O Alzheimer ataca diretamente proteínas necessárias à comunicação entre os neurônios no cérebro. Se essas proteínas ficam comprometidas, uma pessoa não consegue guardar os fatos que aprendeu.

Segundo Sergio, sem a síntese de proteínas, uma pessoa pode esquecer o que aprendeu em até duas horas.

Em alguns casos, é normal que pacientes se recordem de fatos antigos, antes da doença, mas não daqueles ocorridos depois da chegada do Alzheimer.

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Alzheimer: molécula para fixar memória perdida

E a novidade está na HNK, molécula que, segundo os pesquisadores, pode ajudar contra esse quadro.

Com os neurônios recuperando a capacidade de consolidar a memória novamente, os pacientes poderiam aprender alguma ação, dessa vez, sem que ela se perca no futuro.

A partir disso, a memória seria fixada e coisas como nome de pessoas próximas, endereços, entre outros, não seriam mais esquecidos pelo paciente.

Possível novo remédio 

Remédios como o donanemabe, que já estão no mercado, atuam sobre as placas beta-amiloide associadas à doença e podem retardar o quadro em até 30%.

De acordo com o grupo, uma droga com HNK seria diferente de medicamentos que atuam na prevenção da doença. Aqui, o objetivo é tratar os danos já causados pela doença.

A HNK não é um anestésico e nem causa dependência ou alucinações, ela é produzida pelo próprio corpo.

Para Mychael Lourenço, da Bioquímica Médica da UFRJ, e também coautor do estudo, a HNK traz avanços.

“Restaurar as sinapses, a comunicação entre as células, pode ser melhor do que apenas bloquear as placas”, explicou.

Coquetéis de remédios contra Alzheimer

O Alzheimer é uma doença silenciosa. As placas beta-amiloide podem se acumular no cérebro de uma pessoa por anos sem que ela descubra.

Nesse sentido, Sergio acredita que, no futuro, o tratamento contra a doença não será com apenas um remédio.

“É uma doença complexa, com várias causas e envolvida em diferentes mecanismos no cérebro. Penso que haverá tratamento. Mas ele não será baseado num só remédio”, enfatizou.

Vai ciência!

Diferente de remédios já existentes, uma possível droga com HNK atacaria consequências da doença. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Diferentemente de remédios já existentes para Alzheimer, uma possível droga com a molécula HNK, que ajuda a fixar memória perdida, atacaria as consequências da doença. – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
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