A generosidade uniu uma comunidade inteira. Os vizinhos se juntaram e aprenderam a Língua de Sinais para ajudar uma menina, de 6 anos, surda a brincar no Haloween. Alegria de todos: da vizinhança que agora se comunica com a garota e da família da criança.
Aos 18 meses, Ada Hawkes foi diagnosticada com surdez e a Língua de Sinais, a British Sign Language (BSL) é sua primeira língua. O sonho dela era participar de um Halloween, mas não conseguia pela falta de comunicação.
É que no Reino Unido, a brincadeira envolve bater de porta em porta para pedir guloseimas. Com medo da reação das pessoas, a mãe da menina, Tilly, não permitia que ela participasse. Mas este ano foi bem diferente.
Travessuras e gostosuras
Sabendo que a menina tanto desejava fazer parte do Halloween, os vizinhos resolveram aprender a Língua de Sinais e, assim conseguiriam se comunicar com Ada.
A mãe da menina fez parceria com a Cadbury Fingers e a National Deaf Children’s Society para incentivar a comunidade a aprender o básico da BSL.
Praticamente todo o bairro já aprendeu a língua e ajudou Ada a ter sua primeira experiência de pedir “travessuras e gostosuras”, como manda a tradição no país.
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Aulas intensivas
Os vizinhos receberam um pacote on-line para aprender frases em Língua de Sinais com tema de Halloween, como “doce ou travessura” e “você parece assustador”. Mas houve também orientações presenciais.
Os participantes exibiram em suas janelas, que estão se esforçando, com especialistas em língua de sinais visitando os moradores para dar suporte.
A mamãe Tilly, que administra o Learning.Adas.Language, não contém a emoção. “Estamos realmente ansiosos para levá-la para pedir doces pela primeira vez. Ter seus vizinhos se comunicando com ela em BSL vai ser muito emocionante.”
Pesquisa no Reino Unido
Pesquisa feita pelos especialistas em Língua de Surdos, no Reino Unido, mostrou que entre 2.000 adultos, 59% nunca esse meio de comunicação. Outros 67% admitem dificuldade para se comunicar com uma pessoa surda.
Há, ainda, 71% que afirmam não ter confiança nem para cumprimentar alguém surdo, enquanto 33% disseram que se comunicariam via mensagem escrita.
Outra pesquisa, feita com 400 pessoas da comunidade surda, descobriu que uma em cada quatro sentiu ter perdido “algo” nas brincadeiras, segundo o The Mirror.