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Testes em animais no Brasil, agora só em último caso; Lei aprovada
25 de novembro de 2024
- Renata Dias
Os testes com animais para a indústria ficarão mais difíceis após a lei aprovada e já sancionada que estabelece critérios e limitações para o uso dos bichinhos em laboratório. Foto: Canva
Os testes com animais para a indústria ficarão mais difíceis após a lei aprovada e já sancionada que estabelece critérios e limitações para o uso dos bichinhos em laboratório. Foto: Canva

Uma luta antiga dos ambientalistas finalmente obteve sucesso. Agora é lei: para fazer testes com animais no Brasil, apenas com autorização específica. A lei federal 15.022/2024, recém sancionada, institui o “Inventário Nacional de Substâncias Químicas”, estabelecendo avaliação e controle de risco bem detalhados.

As indústrias de medicamentos, agrotóxicos e cosméticos terão de seguir uma criteriosa lista de requisitos na sua linha de produção. A ideia é reduzir ao máximo os impactos negativos ao meio ambiente e à saúde.

O Inventário Nacional coloca os animais como o “último recurso” a ser utilizado nas experiências industriais. Na prática, significa que os testes só poderão ser realizados em bichinhos após esgotadas todas as possibilidades de métodos alternativos.

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Motivo de comemoração

Antoniana Ottoni, especialista sênior em assuntos governamentais da organização Humane Society International (HSI) no Brasil, comemorou a nova lei. E lembrou que ela é resultado de mobilização e esforço coletivo.

“Ter um artigo na lei que obriga que essas empresas recorram a todas as técnicas alternativas existentes antes de chegar no teste em animal, é um ganho enorme”, disse.

Para Antoniana, é fundamental manter a luz de alerta: “Já há vários métodos alternativos à experimentação animal, mas muitas empresas não usam por costume de já usar um animal”.

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Sanção sem vetos

A Lei do Inventário Nacional de Substâncias Químicas resulta de um Projeto de Lei foi sancionada sem vetos.

O senador Fabiano Contarato (PT-ES), relator na Comissão de Assuntos Sociais, disse que com essa lei, o Brasil se integra às nações mais comprometidas com a gestão responsável de produtos químicos, impactando a sociedade.

“A preferência por tecnologias modernas para garantir a segurança dos produtos químicos que não dependem de testes ultrapassados e cruéis em animais, é o caminho certo a seguir”, disse.

Obrigatoriedade e ação

Segundo Antoniana, as organizações envolvidas na causa atuarão como fiscais para garantir que a lei seja realmente executada.

“Colocar uma obrigatoriedade para que todos os métodos alternativos sejam usados em primeiro lugar, isso tem um impacto enorme para chegarmos onde queremos. A nossa atuação é para pressionar os órgãos reguladores e o governo para que o plano estratégico de transição seja elaborado o quanto antes.”

Só a HSI promove ações de apoio aos animais em 50 países. A organização busca proteger a vida selvagem, promover testes e pesquisas sem a presença dos bichinhos e enfrentar a crueldade contra todo tipo de ser vivo animal.

Nos laboratórios das indústrias de medicamentos, agrotóxicos e produtos de estética, por exemplo, os testes animais estão bem limitados graças à lei aprovada, que restringe o uso de bichinhos. Foto: Michal Jarmoluk por Pixabay
Nos laboratórios das indústrias de medicamentos, agrotóxicos e produtos de estética, por exemplo, os testes animais estão bem limitados graças à lei aprovada, que restringe o uso de bichinhos. Foto: Michal Jarmoluk por Pixabay
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