Alunos de uma escola pública de Nilópolis, região metropolitana do Rio de Janeiro, conquistaram os três primeiros lugares da 12º Olimpíada Internacional de Matemática, na China.
E não foi a primeira vez que eles chegaram até a final da disputa. Em 2019, ficaram em terceiro lugar e ainda ganharam uma placa de honra ao mérito pelo bom desempenho na disputa.
O grupo de alunos participa de um projeto do professor Fernando Rocha, que incentiva o gosto pela matemática no Colégio Estadual Marechal Zenóbio da Costa há cinco anos. Ele chegou a doar um notebook dele para uma das alunas de maior destaque poder estudar.
Dedicação de todos
O professor se reúne com os alunos no contraturno, nos intervalos das aulas e até nos finais de semana para estudar matemática para Olimpíadas.
A dedicação e o esforço de todos os alunos já renderam participação em várias competições e prêmios.
Sem internet nem computador
Uma das alunas de maior destaque é a Vitória Camilly Rodrigues, de 18 anos. Ela está no terceiro ano e trouxe da China a medalha de ouro nas olimpíadas de matemática.
Camilly sempre foi a grande promessa da escola e precisou muito da ajuda do professor Fernando para não desistir.
Durante a pandemia, ela precisou parar com as aulas. A mãe dela tinha perdido o emprego e não estava com condições financeiras de pagar internet e nem comprar um computador ou celular.
Foi a ajuda do professor que possibilitou o retorno. Fernando doou um notebook que era dele e os amigos de classe se mobilizaram para custear a internet.
Para Camilly, participar dessas competições é muito importante, pois é uma forma de lutar por um futuro melhor.
Ela tem um super motivo para seguir estudando e dando o melhor. “Eu quero um futuro melhor para mim e quero dar uma vida melhor para a minha mãe. E eu sei que posso fazer isso”, explica a aluna.
Medalhas de Prata e Bronze também são de brasileiros
Além da Camilly, mais três alunos do professor Fernando também saíram vitoriosos na olimpíada internacional de matemática. Eles garantiram o segundo e o terceiro lugar.
Nicolas Fonseca levou a prata e diz que matemática é a grande paixão dele. “Eu vejo a matemática e, quanto mais difícil, mais interessante ela é”.
Além dele, as irmãs Lorena e Letícia Guimarães ganharam a medalha de bronze. Para as duas, essas vitórias representam uma valorização das escolas públicas.
“É muito orgulho saber que eu posso chegar aonde eu quiser com o meu conhecimento e saber que o meu esforço vale a pena e que a educação pública brasileira tá chegando internacionalmente”, comemora Lorena.
Novas disputas
Após a competição da China, os alunos receberam um convite para uma nova disputa, dessa vez em Londres. Eles já estão se preparando e querem sair vitoriosos novamente.
As medalhas também vão ajudar os quatro alunos a conquistarem vagas em universidade.
Camilly já está se preparando para enviar a inscrição para o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde quer cursar astrofísica.
E um salve ao professor Fernando, não é?