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Superdotada com autismo sofre bullying, passa em Medicina e é sucesso no TikTok
19 de agosto de 2022
- Rinaldo de Oliveira
Raquel teve o diagnóstico de autismo grau 2 e de QI elevado quando já tinha 16 anos. Fotos: Redes Sociais
Raquel teve o diagnóstico de autismo grau 2 e de QI elevado quando já tinha 16 anos. Fotos: Redes Sociais

Olha que jovem incrível! Raquel Sabino, 20 anos, tem autismo e é superdotada. Ela foi aprovada pela 2ª vez em Medicina na Universidade Federal da Paraíba e tem feito sucesso também no TikTok. Ela posta conteúdos que desmistificam o autismo.

Raquel teve o diagnóstico de autismo grau 2 e de QI elevado quando já tinha 16 anos, após a mãe Carla Sabino assistir a uma aula de psicopedagogia. Ela, que sofreu bullying a vida toda na escola, hoje, se sente mais à vontade para falar do assunto.

“Eu e minha mãe ficamos muito aliviadas quando recebi o diagnóstico e pude ter finalmente o melhor tratamento. Antes, não entendia o que acontecia comigo, não me achava normal”, disse a jovem.

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Sofreu bullying desde pequena

Raquel teve o diagnóstico tardio por falta de acesso a profissionais da saúde e tratamentos. “Não ter dinheiro foi um fator decisivo na minha vida, pois se eu tivesse, meu diagnóstico teria sido mais rápido”, destacou.

Ainda bem pequena, ela chorava muito, gostava de subir em coisas e sofria com uma inquietação fora do normal, segundo sua mãe. Também era possessiva com suas coisas e até mesmo agressiva com as crianças da sua idade.

Nessa época, Raquel já sofria com a socialização, era isolada por alguns amigos e recebia um tratamento fora do comum até dos professores. “Eu sabia que era diferente”, afirma a estudante.

Quando já estava no ensino fundamental, a estudante sofria com comportamento agressivo de seus colegas. Ela também não tinha muitos amigos e era alvo de piadas.

“No Fundamental 2 eu era muito solitária. Ia para escola, não sabia onde ficar e não gostava de ficar em lugares diferentes. Eu era bem sozinha, bem triste e odiava ir para o colégio”, relembra.

Superdotada

Com três anos, Rarquel aprendeu a ler e, aos quatro, iniciou o processo de alfabetização. Bem adiantada, ela e ficou à frente dos outros colegas pulando algumas séries. Nessa idade, ela já estava no primeiro ano (antigo pré-escolar).

E não para por aí. Com apenas 8 anos de idade a pequena brasileira já lia obras de grandes filósofos como Friedrich Nietzsche e outros.

O diagnóstico

Após anos sem entender quem era e o porquê de algumas atitudes no dia a dia, ela finalmente teve acesso a profissionais e ao diagnóstico.

Tudo aconteceu após a sua mãe assistir a uma aula de psicopedagogia, quando a professora começou a falar sobre deficiência e altas habilidades de pessoas com autismo. “Eu fui às lágrimas, pois ela descreveu minha filha”, relembra Carla.

A partir disso, Raquel foi encaminhada a uma psicóloga e submetida a vários testes de personalidade. Ao receber o resultado, a profissional disse que a menina tinha superdotação, com percentil de 99. Meses depois, em consulta com neurologista, Raquel recebeu o diagnóstico de autismo grau 2.

Aprovada duas vezes em Medicina

Raquel foi aprovada recentemente em Medicina na Universidade Federal da Paraíba. Mas essa não é a primeira vez. Quando tinha apenas 15 anos, ela passou em fisioterapia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. No entanto, pela idade, não pôde seguir na graduação. Na época, seus pais até entraram com um pedido na Justiça, mas não foi aceito.

E tem mais. Com 17 anos passou em biomedicina também na faculdade federal. “A minha vida começou a dar certo quando entrei em biomedicina. Foi muito boa a experiência e agora já sei me comportar em um ambiente”, disse Raquel.

Já ciente da sua condição, ela pode estudar e fazer provas em ambientes adaptados. Hoje, até mesmo para prestar o vestibular, conseguiu fazer em um ambiente mais silencioso, já que é muito sensível a ruídos.

Sucesso no TikTok

E, após incentivos de amigos, hoje ela também faz vídeos para desmistificar o autismo. Desde agosto de 2021 seus conteúdos têm feito sucesso nas redes sociais.

“É legal saber que tenho pessoas que me admiram e que podem ficar felizes, mesmo passando por coisas ruins”, finalizou.

 

Com informações de Alagoas Hoje

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