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Quem recusaria US$ 8 milhões em anúncios no site? Avi, 17 anos
17 de maio de 2020
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Avi Schiffmann - Foto: Cadicama Photography
Avi Schiffmann - Foto: Cadicama Photography

Você não leu errado. Vamos repetir a pergunta da manchete: Quem recusaria US$ 8 milhões – mais de R$ 48 milhões – em anúncios no seu site?

Avi Schiffmann, um adolescente norte-americano de 17 anos, fez isso. Ele é o criador de uma página de sucesso que faz levantamento em tempo real dos casos de covid-19, mortes e recuperados, em todos os países do mundo.

Mesmo com um nome difícil de lembrar, o nCov2019.live se tornou um dos sites mais visitados do planeta com 30 milhões de acessos por dia. No total, até agora foram 700 milhões de visitas.

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O estudante, que se diz “um péssimo aluno do ensino médio”, estima já ter perdido US$ 30 milhões – R$ 175 milhões – em possíveis negócios. Mas não se arrepende. Ele tem outros planos e quer muito mais.

Antes de julgar o adolescente pela ausência de ganância, por não agarrar oportunidades – ou falar em valores, altruísmo, desapego, desambição e desprendimento – veja as alegações dele.

Propósito

Avi disse que recusou a fortuna, para ter propagandas no site, porque esta não é a meta da página, nem dele.

“Tenho apenas 17 anos, não preciso de US$ 8 milhões… não quero ser um aproveitador”, disse Avi ao portal Business Insider.

Ele explicou o motivo: “pop-ups (comerciais que aparecem em quanto você está lendo) arruinariam a interface do usuário”, afirmou.

Avi Schiffmann alega que muitos dos visitantes não têm conexões rápidas de internet e adicionar anúncios poderia deixar a plataforma muito lenta e talvez impossível de usar para muitas pessoas ao redor do mundo.

Ele disse que também não quer se sentir pressionado por contratos para manter a plataforma ou fazer alterações que não concorda na página.

Avi colocou apenas um botão para doação no site, mas não arrecadou nem perto dos US$ 8 milhões que o adolescente recusou.

Sem arrependimento

“Não quero que isso manche as coisas. As pessoas acham que vou me arrepender dessa decisão, mas pretendo fazer muitas coisas no futuro”, avisou.

A página criada por Schiffmann reúne toda as informações que uma pessoa precisa para se atualizar sobre os números da pandemia no mundo.

Você pode selecionar um país ou região especifica para ver as estatísticas de casos, mortes, recuperações, com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos CDC – Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

A plataforma tem ainda ferramentas como uma “Wiki”, com dados confiáveis sobre o vírus – lista de sintomas e dicas de higienização das mãos – e uma “calculadora de risco” que estima seu risco de morrer de Covid-19.

As informações estão em inglês, mas cidadãos do mundo inteiro visitam o site.

Sem pressão

Hoje o site é o maior foco de Avi Schiffmann.

Ele já perdeu duas semanas de aulas no Ensino Médio e passou noites inteiras consertando erros na plataforma.

“[O site] tomou conta da minha vida”, afirmou, mas garante que “assume a pressão com prazer”.

Depois que a pandemia terminar, ele pensa em transformar o site em uma espécie de documento histórico, talvez comparando a Covid-19 com a SARS e a gripe espanhola.

“No futuro, espero que haja pressão sobre a OMS para criar uma ferramenta como essa”, disse.

Futuro brilhante

E notório que Avi tem um futuro brilhante pela frente.

Ele já recebeu diversas propostas de trabalho – incluindo da Microsoft -, mas não está interessado em aceitá-las agora, porque deseja perseguir seus próprios projetos.

“Agora eu conheço uma tonelada de empreendedores e investidores…. Se eu abrisse uma empresa amanhã, eles pelo menos leriam meu plano de negócios”, afirmou.

Uma das melhores conexões que Schiffmann já fez até agora foi com a empresa de segurança Cloudflare, que ele usa para proteger o site contra ataques DDOS.

O CEO Matthew Prince mencionou o garoto no Twitter e enviou camisetas da companhia para ele.

Sonho

O que o jovem de 17 anos sonha agora é conhecer Bill Gates.

Avi quer desenvolver uma plataforma de interseção, que faça cruzamentos de dados entre tecnologia e saúde pública, para ajudar orientar governos e melhorar a vidas das pessoas.

Alguma dúvida de que ele vai conseguir?

Com informações do BusinessInsider

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