Homofóbicos “Em Desconstrução”: personalidades entram na campanha
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Personalidades e artistas como a cantora Fafá de Belém e o Padre Júlio Lancelloti assumem que tiveram uma educação homofóbica e entram na campanha “Em Desconstrução”.
Depois de discutir o Racismo, o movimento nacional entra na segunda fase neste sábado, 15.
Os atores Zezé Motta e Junno Andrade também vão declarar publicamente “sou homofóbico EM DESCONSTRUÇÃO”, convidando o público a reconhecer esse preconceito que está presente no cotidiano e é reproduzido, mesmo que inconscientemente.
Ao longo de sete dias, a campanha pretende estimular as pessoas a reconhecerem em si qualquer tipo de aversão, repugnância, medo, ódio e preconceito contra homossexuais, sejam lésbicas, gays, bissexuais e transexuais ou transgêneros.
“A ideia é expor preconceitos estruturais, que residem em cada um de nós. Todos temos um pouco, ou muitos conceitos pré-concebidos na construção do nosso caráter, em função do meio em que fomos criados”, explica o idealizador da iniciativa, Marcos Guimarães, sócio-diretor da Designorama.
“O diferencial é não apontar o dedo para ninguém, senão para nós mesmos. Nosso objetivo é transpor a atitude defensiva que as pessoas têm diante do tema. Desde as que tem 1% de preconceito até as que tem 99%, ainda por dissipar”, completa.
O que a homofobia provoca
O Brasil registrou 329 mortes de pessoas LGBT+ em 2019, uma a cada 26 horas, mostram dados do Grupo Gay da Bahia.
Um ano após criminalização, tribunais não dispõem de dados sobre homofobia (Universa).
Brasil caiu da 58ª para a 69ª posição no ranking de países mais seguros para os gays em uma lista de 197 nações (revista Spartacus).
99% das pessoas LGBT+ se sentem inseguras no País (Antra).
38% das empresas não contratariam pessoas LGBTI+ e 61% dos funcionários LGBT no Brasil escondem a própria sexualidade (Santo Caos).
90% da população Travestis e Transsexuais sobrevive pela prostituição (Associação Nacional de Travestis e Transsexuais).
Outros nomes que estão na causa contra homofobia são André Neto, Fabio Porchat, Junior Chicó, Marcos Veras, Micheli Machado, Nando Cunha, Nany People e Rafael Infante.
Como participar
Para dar apoio ao projeto, instituições sem fins lucrativos que combatem os preconceitos abordados pelo movimento “EM DESCONSTRUÇÃO” – como o @educafro, a @casinhaacolhida estão oferecendo orientação consultiva.
O site da campanha conta, ainda com informações sobre essas instituições e a melhor maneira de apoiá-los. Além disso, há uma área em que pessoas anônimas poderão contar histórias que elas têm relacionada aos temas.
O movimento
“EM DESCONSTRUÇÃO” é um movimento criado para expor e provocar a discussão sobre preconceitos estruturais, de forma a despertar a consciência de sua existência em todos nós, sem exceção.
“O movimento ‘EM DESCONSTRUÇÃO’ representa uma oportunidade de conscientização, diálogo e de aprendizado. Com certeza, durante o processo, nós também aprenderemos muito. Por isso, estamos abertos a novas ideias e queremos que todos se sintam confortáveis a colaborar”, concluiu Marcos Guimarães.
A campanha tem apoio do SóNotíciaBoa
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa