Olha que ação legal! O cliente que pedir um açaí e sorrir para o atendente ganha desconto em uma loja de Fortaleza, no Ceará. A sacada para levantar o astral e deixar o ambiente mais agradável nesses tempos de pandemia é da direção da Imagine Açaí (@souimagine).
Na verdade, o novo coronavírus fez a loja a adaptar uma estratégia igualmente legal, usada desde 2018, que era a do abraço.
“Algumas ações estão pausadas, ou foram adaptadas por conta da pandemia. Por exemplo: nesse momento estamos aceitando sorrisos como parte do pagamento, e não mais os abraços, pra evitar o contato físico”, disse Marcelo Vieira, 37, dono da Imagine.
Empreendedor de impacto e consultor de marketing em negócios, ele lembra que não é preciso tirar a máscara para que o atendente perceba que o cliente está sorrindo pra ganhar o desconto.
“Não é preciso. Tanto tem a expressão facial, que entrega o sorriso mesmo a pessoa estando de máscara (os olhos apertam, as bochechas sobem, movendo a máscara…), como na maioria das vezes também tem a questão sonora”, lembra.
A ideia
Marcelo conta que ideia surgiu porque o “abraço (e o sorriso) são ferramentas importantes pra melhorar o dia das pessoas. A energia de quem dá e de quem recebe muda na hora de um abraço ou de um sorriso. Ele torna os momentos mais leves e alegres. Por conta disso, pra estimular essa energia e bem estar, resolvemos estimular os abraços (sorrisos) aceitando-os como parte do pagamento do açaí.
Assim, o preço médio do açaí, que lá é de R$20, sai por R$18,60 pra quem sorri.
Também tem desconto para quem usar palavras de gentileza e educação no pagamento da água.
“Se pedir “uma água”, ela tem um valor. Se pedir “uma água, por favor”, ela fica mais barata. E se disser “oi, tudo bem? Uma água por favor”, ela fica mais barata ainda!”, explicou Marcelo.
Resgate
Ele contou que esta é uma pequena parte da filosofia da empresa:
“Fazemos vários tipos de ações e estímulos em busca de resgatar o senso de humanidade. A ideia é exatamente ter um espaço de estímulo à boas ações e nós usamos o açaí como uma ferramenta pra atrair o público e viabilizar financeiramente o negócio.
Além de “ações voltadas pra sustentabilidade, honestidade, socialização, cultura, leitura, gentileza, cuidado com animais e plantas, preocupação social…”, a Imagine é “um espaço de fazer e estimular o bem, que funciona também como loja de açaí”, explicou.
Livros e plantas
Os potinhos usados na loja são papel e com produção ecologicamente correta.
“Mesmo assim, quando você acaba de comer o açaí, nós te damos gratuitamente semente e terra adubada, disponibilizamos pazinha e regador, e te ajudamos a plantar no próprio potinho que você usou pra comer, evitando que ele vá pro lixo e ainda gerando mais uma planta pro mundo!”, contou Marcelo Vieira.
Pra incentivar a leitura, quem come açaí também pode levar um livro pra ler em casa.
“Temos uma árvore de livros, totalmente livre pra você pegar o título que quiser e levar pra casa, sem nenhum tipo de burocracia e sem necessidade de devolução. Gostou, é só levar que é seu”.
Animais e meio ambiente
A loja também é amiga dos animais.
“Todos os dias nós disponibilizamos ração e água fresca pros cães e gatos de rua [do lado de fora]. Uma forma de olhar pra esses seres que tanto precisam”.
Lá a mobília é quase toda feita de materiais que iriam pro lixo, como latas, canos, tambores de óleo, retalhos de tecido, restos de isopor, portas de geladeira velha…
A ideia, de acordo com Marcelo é mostrar às “pessoas que é possível reutilizar material, reduzir o lixo e realizar um consumo consciente, contribuindo para a saúde do meio ambiente”.
A casa também evita o uso de plástico com alternativas ecológicas.
“Nós não utilizamos sacolas plásticas, canudos plásticos, copos plásticos, etc. Nem mesmo mexedor de café de plástico nós utilizamos. Nesse caso, nós o substituímos por macarrão talharim”.
E para ajudar pessoas necessitadas, o cliente também pode deixar uma água paga.
“Nós juntamos essas águas e nos encarregamos de entregar para moradores de rua”, garantiu Marcelo Vieira.
A casa acredita que tudo isso gera impacto positivo na sociedade e espera que a ideia se espalhe por ai “pra que realmente possamos sentir de forma mais coletiva o efeito de se fazer o bem”, concluiu Marcelo.
Assim a energia do açaí fica até mais forte!
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa