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Homem de 89 anos conclui doutorado em Física após 20 anos de estudos
22 de novembro de 2021
- Monique de Carvalho
Manfred iniciou a pesquisa aos 70 anos e hoje comemora a conclusão do doutorado em Física - Foto: arquivo pessoal
Manfred iniciou a pesquisa aos 70 anos e hoje comemora a conclusão do doutorado em Física - Foto: arquivo pessoal

Um senhor de 89 anos está comemorando a conclusão do doutorado em Física, um título que ele sonhou e se esforçou para conquistar nos últimos 20 anos.

O austríaco Manfred Steiner defendeu recentemente a tese dele na Brown University, em Providence, nos Estados Unidos. A conclusão do doutorado veio após muita pesquisa e superação, principalmente relacionada a saúde dele.

“Mas eu consegui, e este foi o momento mais gratificante da minha vida, terminar”, disse o idoso.

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Sonho antigo

A paixão de Manfred pela Física começou na adolescência. Naquela época, ele passou a pesquisar tudo sobre a vida de Albert Einstein e Max Plank.

A decisão sobre a faculdade veio logo depois da Segunda Guerra Mundial, quando a mãe e um tio de Manfred o aconselharam a estudar medicina, uma profissão mais adequada em tempos turbulentos.

Ele recebeu o diploma de médico em Viena em 1955 e, semanas depois, emigrou para os Estados Unidos, onde desenvolveu com sucesso uma carreira dedicada a doenças do sangue.

Só que mesmo com uma carreira de médico consolidada, Manfred não conseguia esquecer o fascínio pela física.

“Foi como um desejo nunca realizado passando pela minha cabeça”, disse ele. “Eu sempre pensei que, depois de terminar a medicina, não queria passar o resto da minha vida sentado ou jogando golfe ou qualquer coisa assim. Eu queria me manter ativo.”

Novos rumos

Logo quando completou 70 anos, o idoso decidiu que iria estudar Física na Brown. Em 2007 ele então conseguiu iniciar o doutorado.

A carreira e o sonho de Manfred quase foram interrompidos, quando ele descobriu um problema grave de saúde.

Com a ajuda da esposa Sheila, de 93 anos, o idoso se manteve firme, buscou a recuperação e logo quando foi possível, retomou para as pesquisas.

O orientador Brad Marston, que ajudou Manfred durante os últimos anos, disse que estava completamente cético quanto a capacidade do idoso no início da pesquisa.

“As pessoas geralmente não fazem física, especialmente física teórica, em uma idade avançada. Mas em um momento de fraqueza, concordei e disse ‘sim’. Eu conhecia sua história e simpatizava muito com seu desejo de realizar o sonho de toda uma vida de se tornar um físico”, disse.

Hoje, Brad conta que o trabalho com Manfred é “muito prazeroso” e acrescenta:

“A teoria que ele estava fazendo envolve técnicas incrivelmente avançadas e desafiadoras de dominar. Ele fez um trabalho incrível! Ele acredita na capacidade da mente humana de avançar e criar conhecimento. Vê-lo fazer isso foi incrivelmente inspirador, capacitador e fortalecedor para mim como físico.”

Já Manfred afirma que vai continuar a pesquisa na Física.

“É uma sensação muito boa. Estou realmente no topo do mundo”, concluiu o idoso.

Pesquisa do idoso durou 20 anos - Foto: arquivo pessoal
Pesquisa do idoso durou 20 anos – Foto: arquivo pessoal

Com informações de Brown University

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