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Um vota Bolsonaro, o outro Lula. Isso prejudica a relação amorosa? Psicólogo explica
15 de outubro de 2022
- Monique de Carvalho
Um vota Bolsonaro, outro vota Lula. Não é fácil ter relação amorosa com alguém intransigente. Psicólogo diz se amor resiste a embate político.  - Foto: reprodução
Um vota Bolsonaro, outro vota Lula. Não é fácil ter relação amorosa com alguém intransigente. Psicólogo diz se amor resiste a embate político.  - Foto: reprodução

Bolsonaro ou Lula? Não é fácil ter uma relação amorosa com alguém que defende ponto de vista diferente, de forma intransigente. E quando a questão é preferência política então – ainda mais nos dias de hoje – é duro manter a relação sem brigas, seja um namoro, um ficante, noivo (a), um casamento, ou até uma amizade. Desgasta muito! E será que o amor resiste a esses embates políticos que persistem inclusive dentro de casa?

O dilema entre relacionamento amoroso x diferenças políticas, surgiu com força no Brasil nessas eleições presidenciais de 2022. Por isso, falamos com o psicólogo especialista em relacionamentos, escritor e Youtuber Marcos Lacerda, para entender como diferentes ideologias podem afetar a liberdade e a individualidade nos relacionamentos. E ele disse que o que está em jogo vai além de Bolsonaro e Lula:

“No caso das nossas eleições, o que está em jogo não é apenas política, o que está em jogo são valores e visões da realidade muito distintas. Pois, quem acredita no candidato ‘A’, não está apenas defendendo um projeto de governo, está defendendo uma série de crenças, valores e maneiras de ver o mundo e a existência humana – [projeto] que é bem diferente do candidato ‘B’”. […] “Logo, as pessoas não estão se dando conta que toda essa incompatibilidade não é porque estamos discutindo política, mas porque estamos discutindo valores de vida”, explicou o psicólogo Marcos ao SóNotíciaBoa.

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Discussões são naturais

Quando as pessoas buscam relacionamentos afetivos, elas querem encontrar pessoas que tenham semelhanças e que respeitem sua forma de enxergar a sociedade. Só que isso tem se transformado em discussões, acaloradas, muitas vezes, entre ficantes e apaixonados.

O aplicativo de relacionamento Tinder, por exemplo, revelou que política se discute, sim, e é fator decisivo para novas relações afetivas. Desde 2020 até agosto deste ano, o número de perfis que mencionam a palavra “política” dobrou, e isso foi observado nos usuários entre 18 a 25 anos.

Segundo o especialista, é natural que haja essa discussão quando existe a preferência política divergente no casal. Porém, sobre essas ‘DRs’, ele reforça que é preciso buscar o diálogo, em vez de brigar.

“Se você está discutindo com o seu namorado ou namorada por política, é necessário parar e pensar o ‘nosso respeito […]. Tirem os dois candidatos do meio de vocês. O casal precisa falar sobre como entendem a vida, como acreditam ver o mundo, como enxergam o respeito ao próximo, às diferenças e minorias”, sugeriu o profissional.

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Como ter uma boa convivência

O psicólogo sugere dialogar não apenas sobre embates políticos, mas também, sobre o que o casal tem em comum. As coisas boas que unem os dois.

Só que Marcos Lacerda também alerta que, para uma boa convivência, respeito e, acima de tudo, para não perder a liberdade dentro das relações, é necessário encontrar alguém que tenha convicções semelhantes. E deu um exemplo bem claro:

“Para alguns indivíduos, a religiosidade é algo muito central, para outros não é. Então, vai ser muito difícil uma pessoa muito religiosa casar com alguém que é completamente ateu”, exemplificou o autor.

Em outras palavras, nada é impossível, mas uma relação entre uma pessoa que defende Bolsonaro com uma que prefere Lula tende a ser tumultuada.

Pode dar certo?

É difícil dar certo porque a pessoa e as convicções dela se misturam dentro do caráter. E se um tentar convencer o outro a mudar de opinião vai haver embate.

Então se você sonha em ter uma relação tranquila, harmoniosa, de paz e respeito, talvez se relacionar com alguém que pensa tão diferente de você não seja a melhor alternativa. Mesmo porque é difícil num ambiente político tão polarizado, convencer alguém a mudar de lado.

Ou vocês se aceitam e se respeitam como pensam, ou é melhor cada um ir para o seu lado. A integridade moral e física muitas vezes são mais importantes do que um relacionamento tenso e arrastado.

Mesmo porque ele ou ela, felizmente, não é a única pessoa desse planeta gigantesco, né?

E quem prefere a paz jamais vai se acostumar com a guerra.

A gente se relaciona para ser feliz! Lembre-se disso!

Marcos Lacerda é psicólogo especialista em relacionamentos. - Foto: divulgação
Marcos Lacerda, psicólogo especialista em relacionamentos, diz se relação amorosa resiste a embate político. – Foto: divulgação
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