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Moradores de favelas, condomínio de luxo e indígenas entram no Censo 2022 após mutirão
26 de junho de 2023
- Renata Dias
Até a última pesquisa, moradores de favela e condomínios de luxo não eram incluídos no censo. - Foto: agência Brasil
Até a última pesquisa, moradores de favela e condomínios de luxo não eram incluídos no censo. - Foto: agência Brasil

Moradores das favelas e comunidades, assim como os indígenas foram incluídos no Censo. A inclusão dos três grupos só foi possível após mutirão. A coleta de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve anunciar os resultados da pesquisa na quarta-feira (28).

Para levantar as informações, houve uma força-tarefa e muito trabalho, apoio de organizações não governamentais, vários ministérios, porteiros e síndicos para garantir a inclusão de 15,9 milhões de brasileiros no censo.

Foram três operações especiais: uma para verificar a situação na Terra Indígena Yanomami, que jamais passou por recenseamento, e outras duas nas favelas e nos condomínios de luxo de todo país. Todas estas áreas, segundo especialistas, foco de resistência.

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Favelas e comunidades

Para superar as dificuldades, nas favelas e comunidades, como a falta de segurança, o IBGE se uniu às organizações não governamentais Central Única das Favelas e DataFavela.

Ambas as organizações ajudaram também na análise dos dados. Para contornar os problemas, o Ministério do Planejamento e o IBGE promoveram uma campanha nas redes sociais.

Pelos dados oficiais, há no Brasil 11.303 favelas e comunidades, das quais 20% dos moradores até os últimos dias da pesquisa ainda não tinham respondido aos recenseadores.

Indígenas

Realizado em março, o recenseamento na Terra Indígena Yanomami incluiu 26.854 indígenas no censo, dos quais 16.560 em Roraima e 10.294 no Amazonas.

O mutirão foi essencial para atualizar a população indígena no Brasil, estimada em 1,65 milhão de pessoas segundo balanço parcial apresentado em abril.

A operação na Terra Yanomami foi complexa, mas conseguiu, pela primeira vez na história, recensear 100% da etnia no território.

Por envolver dificuldades de acesso a aldeias aonde só se chega de helicóptero, o mutirão foi coordenado por cinco ministérios.

A Polícia Rodoviária Federal forneceu os helicópteros, o Ministério da Defesa, o combustível, o Ministério dos Povos Indígenas, os guias, a Secretaria de Saúde Indígena da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), servidores, além dos recenseadores do IBGE.

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Condomínios de luxo

Outro desafio foram os condomínios de luxo, principalmente em três capitais: São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá. Nas três cidades, a taxa de não respondentes estava em 20%.

Na campanha, o Ministério do Planejamento e o IBGE buscaram sensibilizar porteiros, que obedecem a regras restritas para entrada de estranhos. Outra parte esclareceu que síndicos não têm o poder de proibir o morador de receber o IBGE.

Segundo o Ministério do Planejamento, a mobilização foi bem-sucedida. A operação para os condomínios começou em 14 de abril e estendeu-se até 28 de maio, último dia de coleta de dados para o Censo

Desafios à pesquisa

A realização do Censo 2022 enfrentou uma série de desafios.

Inicialmente previsto para 2020, o recenseamento foi adiado por causa da pandemia de covid-19. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) obrigou o governo anterior a realizar o censo em 2022.

Na época, o Ministério da Economia autorizou R$ 2,3 bilhões para o censo, mesmo orçamento de 2019 que desconsiderava a inflação acumulada em dois anos.

Com falta de verba e alta proporção de não recenseados, o governo atual decidiu fazer uma suplementação orçamentária de R$ 259 milhões ao IBGE.

Foram mais de 16 milhões de brasileiros incluídos no Censo 2022 - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Foram mais de 16 milhões de brasileiros incluídos no Censo 2022 – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Com informações da TV Brasil, Agência Brasil e GC

 

 

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